ATA DA CENTÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 11.12.1995.
Aos
onze dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e noventa e cinco
reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de
Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a segunda
chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt,
Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Darci Campani, Décio Schauren,
Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Geraldo de Matos
Filho, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João
Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho,
Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Paulo Brum,
Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo e João Pirulito.
Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias da
Ata da Centésima Segunda Sessão Ordinária e da Trigésima Terceira Sessão
Solene, que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Artur
Zanella, 02 Pedidos de Informações nºs 189 e 190/95 (Processos nºs 2577 e 2578/95),
02 Emendas nºs 22 e 23 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 21/95
(Processo nº 1896/95); pela Vereadora Clênia Maranhão, 01 Pedido de Informações
nº 180/95 (Processo nº 2449/95); pelo Vereador Clovis Ilgenfritz, 01
Substitutivo nº 02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 270/91 (Processo nº
3138/91); pelo Vereador Luiz Negrinho, 01 Indicação nº 145/95 (Processo nº
2565/95), 03 Pedidos de Providências; pela Vereadora Maria do Rosário, 01
Pedido de Providências, 01 Pedido de Informações nº 191/95 (Processo nº
2582/95), 01 Indicação nº 141/95 (Processo nº 2454/95), e 01 Projeto de
Resolução nº 46/95 (Processo nº 2572/95); pelo Vereador Nereu D'Ávila, 01
Pedido de Informações nº 184/95 (Processo nº 2538/95) e 01 Projeto de Lei do
Legislativo nº 153/95 (Processo nº 2555/95); pelo Vereador Paulo Brum, 01
Pedido de Providências; pelo Vereador Reginaldo Pujol, 01 Pedido de Informações
nº 181/95 (Processo nº 2451/95), 02 Indicações nºs 140 e 143/95 (Processos nºs
2450 e 2487/95). Às quatorze horas e dezesseis minutos os trabalhos foram
interrompidos devido a falta de energia elétrica na Casa, sendo retomados às
quatorze horas e vinte e três minutos, após constatada a existência de
"quorum". Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs, 631, 632, 633, 640/95,
do Senhor Prefeito Municipal, 645/95, do Ministro da Saúde; Fax, do Presidente
do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região; Telegrama, do Deputado Arno
Frantz. A seguir, nos termos do artigo 100 da Lei Orgânica Municipal, Tribuna
Popular, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Mara Luzia Feltes, do
Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e
Pesquisas e de Fundações Estaduais do Rio Grande do Sul, que discorreu sobre
diversas irregularidades administrativas verificadas na Fundação Estadual para
o Bem Estar do Menor - FEBEM. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Ruas
reportou-se ao tema da Tribuna Popular, tecendo considerações sobre a
necessidade de permanente discussão sobre a questão social dos menores e criticando
a atenção dada a este problema tão somente quando ocorrem motins na FEBEM. O
Vereador João Motta reportando-se ao tema da Tribuna Popular, teceu
considerações sobre como o Governo do Estado está gerindo o sistema
penitenciário e corretivo de menores do Estado. O Vereador Antonio Hohlfeldt,
reportando-se ao tema da Tribuna Popular, disse que o problema dos menores no
Estado atravessa diversas administrações, não sendo recente e, destacando
também, as dificuldades de relacionamento para ações conjuntas entre a FEBEM e
a Fundação de Educação Social e Comunitária do Município. Em continuidade, face
a queda de energia elétrica, o Vereador Antonio Hohlfeldt formulou Requerimento
verbal solicitando a dispensa dos Senhores Vereadores do uso momentâneo do paletó,
que foi aprovado. Na ocasião, o Senhor Presidente saudou o Vereador Pedro
Américo Leal pelo recebimento de um cartão de prata em homenagem e
reconhecimento da comunidade de Viamão por sua ajuda na realização do
asfaltamento da RS 129. Também, o Senhor Presidente cumprimentou o Vereador
João Dib pelo recebimento do prêmio de Engenheiro do Ano do Setor Público. Em
prosseguimento, o Senhor Presidente apregoou o Substitutivo nº 01 do Vereador
Antonio Hohlfeldt ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 34/94
(Processo nº 2422/94). A seguir foi iniciado o período de PAUTA. Em Discussão
Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão o Projeto de Lei do Legislativo nº 141/95,
os Projetos de Lei do Executivo nºs 74 e 75/95, discutidos pelo Vereador João
Dib, o Projeto de Resolução nº 47/95; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nºs 127, 144, 146, 147, 148/95; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 140/95, o Projeto de Lei do Executivo nº 70/95, discutido pelo
Vereador João Dib e o Projeto de Resolução nº 44/95, discutido pelo Vereador
Reginaldo Pujol, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº
10/93, discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol, os Projetos de Lei do
Legislativo nºs 121 e 142/95, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
28/95 e o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 105/94,
discutido pelo Vereador Antonio Hohlfeldt. Em prosseguimento, foi aprovado
Requerimento verbal do Vereador Pedro Ruas solicitando alteração na ordem de
apreciação da matéria constante nesta Ordem do Dia. Na ocasião, foi apregoada a
Licença para Tratamento de Saúde do Vereador Giovani Gregol para o dia de hoje,
dando posse, o Senhor Presidente, ao Suplente Antônio Losada e informando que
Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos.
Também, foram apregoadas as comunicações de impossibilidade de assumirem a
Vereança dos Suplentes Adroaldo Corrêa e Mariza Abreu. Ainda, foi aprovada a
Licença para Tratar de Interesses Particulares do Vereador Mário Fraga, no dia
de hoje, dando posse, o Senhor Presidente, à Suplente Letícia Arruda e
informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização, Transportes
e Habitação. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi
iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, após ser encaminhado
pelos Vereadores Pedro Ruas, Décio Schauren e Reginaldo Pujol, foi aprovado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 132/95. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 105/95. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 114/95. Em Discussão
Geral e Votação Nominal, foi aprovado, por vinte e nove Votos SIM o Projeto de
Lei do Legislativo nº 133/95, votando os Vereadores Airto Ferronato, Antonio
Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Darci Campani,
Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Guilherme
Barbosa, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle,
Jocelin Azambuja, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi,
Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol,
Wilton Araújo, João Pirulito e Antônio Losada. Em Discussão Geral e Votação
Nominal, foi aprovado, por trinta Votos SIM o Projeto de Lei do Legislativo nº
123/95, votando os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur
Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Darci Campani, Dilamar Machado,
Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Henrique
Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja,
Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila,
Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo,
João Pirulito, Antônio Losada e Letícia Arruda. Em Discussão Geral e Votação,
após ser encaminhado pelo Vereador Lauro Hagemann, foi aprovado o Projeto de
Resolução nº 40/95. Na ocasião, o Senhor Presidente apregoou os seguintes
Requerimentos solicitando votações em destaque referentes ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 21/95: do Vereador Luiz Braz, referente à
expressão "e normativo", constante no "caput" do artigo 4º
do Projeto; do Vereador Milton Zuanazzi, referente à Emenda nº 19; do Vereador
Isaac Ainhorn, referente à expressão "a uma distância mínima de cento e
cinqüenta metros de outro seu congênere" à Emenda nº 21 ao Projeto. Em
Discussão Geral e Votação, após ser discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol,
Luiz Braz e Clovis Ilgenfritz e ser encaminhado à votação pela Vereadora Maria
do Rosário, foi aprovado, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
21/95, com ressalva dos destaques e Emendas. A seguir, foram realizadas as
seguintes votações referentes ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
21/95: foi rejeitado, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Braz, o
destaque da expressão "e normativo" do "caput" do artigo 4º
do Projeto, solicitado pelo Vereador Luiz Braz, por dezesseis Votos SIM e onze
Votos NÃO, votando Sim os Vereadores Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Darci
Campani, Décio Schauren, Dilamar Machado, Geraldo de Matos Filho, Guilherme
Barbosa, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, Lauro Hagemann, Maria do
Rosário, Milton Zuanazzi, Pedro Américo Leal, João Pirulito e Antônio Losada e
Não os Vereadores Airto Ferronato, Edi Morelli, Isaac Ainhorn, João Dib,
Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Nereu D'Ávila, Paulo Brum,
Reginaldo Pujol e Wilton Araújo; foi votada destacadamente, segundo
Requerimento do Vereador Milton Zuanazzi, e aprovada a Emenda nº 19, restando
prejudicadas as Emendas nºs 05, 12, 14 e parcialmente a de nº 09; foram
aprovadas as Emendas nºs 01, 02, 03, 04, 06, 07, 08, 10 e 09, esta em sua parte
não prejudicada; foi aprovada por vinte e três Votos SIM, dois Votos NÃO e duas
ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo Vereador Paulo Brum, a Emenda nº
11, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Décio Schauren,
Darci Campani, Dilamar Machado, Edi Morelli, Geraldo de Matos Filho, Guilherme
Barbosa, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle,
Jocelin Azambuja, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Nereu D'Ávila,
Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo, João Pirulito,
Antônio Losada, Não os Vereadores Clovis Ilgenfritz e Pedro Ruas e tendo optado
pela Abstenção os Vereadores Maria do Rosário e Milton Zuanazzi; foi rejeitada
por sete votos SIM, dezessete Votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Edi Morelli, a Emenda nº 13, após ser encaminhada à
votação pelos Vereadores Milton Zuanazzi, Edi Morelli, João Dib e Maria do
Rosário, votando Sim os Vereadores Artur Zanella, Edi Morelli, João Dib,
Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Não os Vereadores
Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Darci Campani, Décio
Schauren, Geraldo de Matos Filho, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João
Motta, João Verle, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Pedro
Américo Leal, Pedro Ruas, João Pirulito, Antônio Losada, e tendo optado pela
Abstenção o Vereador Luiz Negrinho; foram aprovadas as Emendas nºs 15, 16, 17,
18, 19, 22, 23 e 21, esta com ressalva do destaque à expressão "a uma
distância mínima de cento e cinqüenta metros de outro seu congênere", que foi
rejeitado, considerando-se prejudicada a Subemenda nº 01 à Emenda nº 21. Em
prosseguimento, foi aprovado Requerimento do Vereador Milton Zuanazzi
solicitando que a Redação Final do Projeto de Lei Complementar do Legislativo
nº 21/95 venha a Plenário para votação. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 18/95. Em Discussão
Geral e Votação, após ser discutido pelo Vereador Lauro Hagemann e ser
encaminhado à votação pelos Vereadores Guilherme Barbosa e Reginaldo Pujol, foi
aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 09/95, com ressalva das
Emendas que passaram a ser votadas a seguir. Em verificação de votação
solicitada pelo Vereador João Dib, foi rejeitada a Emenda nº 01, por seis Votos
SIM, dezesseis Votos NÃO e nove ABSTENCÕES, votando Sim os Vereadores Dilamar
Machado, Isaac Ainhorn, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Reginaldo Pujol, Wilton
Araújo, Não os Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Clênia Maranhão,
Clovis Ilgenfritz, Darci Campani, Décio Schauren, Fernando Záchia, Geraldo de
Matos Filho, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, Lauro Hagemann, Maria do
Rosário, Letícia Arruda, João Pirulito, Antônio Losada, e tendo optado pela
Abstenção os Vereadores Artur Zanella, Edi Morelli, Elói Guimarães, João Dib,
Jocelin Azambuja, Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo
Leal; foi rejeitada a Emenda nº 02; em verificação de votação solicitada pelo
Vereador Guilherme Barbosa, foi aprovada Emenda nº 03, por vinte Votos SIM, seis
Votos NÃO e três ABSTENCÕES, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Artur
Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Fernando Záchia, Geraldo de Matos
Filho, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João
Verle, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Nereu
D'Ávila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo, João Pirulito,
Antônio Losada, Não os Vereadores Darci Campani, Décio Schauren, Edi Morelli,
Lauro Hagemann, Paulo Brum, Letícia Arruda, e tendo optado pela Abstenção os
Vereadores Elói Guimarães, João Motta e Luiz Negrinho. Às dezessete horas e
quarenta e nove minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
reabertos às dezessete horas e cinqüenta minutos, constatada a existência de "quorum".
A seguir, foi aprovado Requerimento do Vereador Jocelin Azambuja solicitando
seja adiada por uma Sessão a discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº
83/94. A seguir, o Projeto de Lei do Legislativo nº 34/95 foi discutido pelos
Vereadores Artur Zanella, Reginaldo Pujol e Guilherme Barbosa. Às dezoito horas
e trinta minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para uma Sessão Extraordinária amanhã, às nove horas e trinta minutos e para a
Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Airto Ferronato, Edi Morelli, Clovis Ilgenfritz e
Geraldo de Matos Filho e secretariados pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz,
Geraldo de Matos Filho, João Verle e Reginaldo Pujol, estes dois últimos como
Secretários "ad hoc". Do que eu, Clovis Ilgenfritz, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Passamos à
TRIBUNA POPULAR
A Sra. Mara Luzia Feltes,
representando o Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramento,
Perícias, Informações e Pesquisas e de Fundações Estaduais do Rio Grande do
Sul, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.
A SRA. MARA LUZIA FELTES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós estamos
novamente aqui e temos que agradecer a oportunidade que a Câmara nos dá para
colocar as nossas preocupações. Antes queríamos chamar a atenção sobre a
questão dos aposentados que ainda não está solucionada devidamente, mas está
encaminhada junto ao Procurador-Geral do Estado. Nós não estamos satisfeitos
com o que foi criado pela mídia sobre os episódios que ocorreram no último fim
de semana na FEBEM. Há muito tempo a gente vem tentando fazer um trabalho na
FEBEM, discutindo as questões da situação da FEBEM, o papel que a entidade tem
junto à sociedade e à comunidade. Cabe registrar que o Sindicato, como já
disse, está representando sete mil trabalhadores públicos e cerca de vinte mil
trabalhadores privados. Entendemos que temos a responsabilidade de discutir o
trabalho que desempenhamos por entender que quando houver o dissídio da
categoria que está em negociação de salário, nós temos que ter uma relação
muito estreita com o nosso trabalho, pois quem o paga é a sociedade que tem que
ter o retorno do trabalho que desempenhamos, tanto que o nosso
"slogan" é: trabalho, dignidade e salário. Nosso trabalho é importante.
Antes mesmo do atual governo
assumir, nós mandamos para todos candidatos, sem exceção, um projeto que
colocasse à disposição para discutir quando seria desenvolvido o trabalho do
sindicato. Estamos dispostos a discutir a nossa experiência.
No caso da FEBEM, houve uma
iniciativa da Associação, no ano passado, de fazer o Repensando a FEBEM, onde
foi feita uma carta dos compromissos da Fundação com a sociedade.
Nós temos um histórico de
que há pouco tempo houve um motim no IJF, na Zona Sul que seria a triagem
masculina, houve vários inícios de motins que conseguiram ser dominados ou
contornados pela ação dos monitores.
Outra questão que chama a
atenção é que na FEBEM as pessoas estão trabalhando em excesso de horas extras,
porque não há contratação. Houve, na verdade, uma denúncia da falta de verbas
para a ação social do Estado. O que se tem arrecadado de ICM, tudo fica no IJF,
que é para onde o pessoal do motim veio. Lá tem capacidade para 90 menores e
estava com 200. Os monitores trabalhando em situação de estresse, porque tinham
que estar fazendo hora extra, chegando a trabalhar 36 horas seguidas, por falta
de pessoal. Nós alertávamos que isso poderia acontecer. Nossa meta não é só a
preocupação com os nossos trabalhadores, mas outras situações como: o calor
intenso, onde mais de 200 menores estão num local que só tem capacidade para
90; falta de água, falta papel higiênico, quer dizer, tudo se preparando com
condições favoráveis para que isso acontecesse e nós alertamos a Direção da
Casa que alguma providência precisava ser tomada. Pois bem, estourou o motim,
tivemos oito colegas nossos machucados, sendo quatro mulheres. Só não aconteceu
o pior, porque um dos guris resolveu que as tias não iam ser importunadas, mas
se ele tivesse resolvido o contrário, teria com certeza, ocorrido problemas.
Outra questão é a de que a relação com os monitores tem sido bastante boa,
apesar de tudo, porque o motim que houve foi o pior do Estado. Lamentamos que o
pessoal não foi lá para ver as condições que o ICM ficou. Quem visitasse o
local na segunda ou terça-feira, teria visto o estrago. Estamos preocupados com
o IJM que é a triagem masculina na Vila Cruzeiro do Sul. Vimos pedir que as
pessoas que têm voz e espaço parlamentar discutam mais a questão social, porque
não podemos discutir somente quando acontece um motim.
Temos também uma preocupação
com relação aos outros locais que estão sendo superlotados de crianças. Temos
que sentar para discutir, porque temos dúvidas com relação a algumas coisas que
estão acontecendo. Aquele trabalho preventivo feito na vila está sendo cortado,
porque estão dando prioridade para a contenção. Penso que temos que fazer as
duas coisas. Temos que trabalhar com a contenção, mas também evitar que as
crianças ou adolescentes venham para dentro da instituição.
Trouxemos uma pessoa do
Projeto Axé, que nos trouxe toda a experiência da Bahia. A FEBEM poderia fazer
um trabalho assim, e tem condições de fazê-lo.
Estamos alertando que no
Governo, hoje, olhando o Orçamento, vimos que no segundo Orçamento do Estado,
grande parte da verba é destinada para a segurança pública, mas para a
construção de presídios, na parte social o investimento é quase zero. Isso nos
preocupa. Se não começarmos a atacar a questão social, vamos construir
presídios cada vez mais no nosso Estado. Nós vimos buscar a sensibilidade e
solicitar aos Senhores, que têm mandato legislativo, que possam nos ajudar a
discutir esta questão. Não queremos que, depois do motim, depois das coisas
acontecerem, venham dizer: que problema! Que horror o que aconteceu na FEBEM! A
sociedade não sabe que são
adolescentes, são menores e depois dizem que têm que colocar este pessoal lá na
periferia da Cidade. Mas não é isso, são crianças que devem ser recuperadas.
Temos que fazer um esforço, porque nós, enquanto Sindicato, temos que nos
preocupar em fazer isto, temos que trabalhar na FEBEM dispostos a sentar para
discutir e colaborar com esta questão do menor. Esta tem que ser uma
preocupação de todos, não só da Direção da FEBEM, tem que ser de todo mundo que
sofre as conseqüências do resultado que está ligado à conjuntura como um todo.
Nós, enquanto Sindicato,
temos vindo aqui para dar a versão dos fatos, como eles ocorreram, pois não
foram devidamente contemplados nos jornais e vim pedir o apoio de vocês, pois
pretendemos levar esta luta, discutir as condições de trabalho dentro da FEBEM
e os serviços que a FEBEM presta junto à comunidade. Muito obrigada.
(Não revisto
pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Nós agradecemos as palavras da Sra. Mara Luzia Feltes.
O Ver. Pedro Ruas está com a
palavra em Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Sra. Mara Luzia Feltes, Membros do
SEMAPI, presentes, hoje, na Sessão.
Quero registrar -
agradecendo a gentileza da Liderança do PDT através do Ver. Nereu D'Ávila -
que, na quarta-feira passada, em reunião com o Movimento de Justiça e Direitos
Humanos, recebemos a denúncia de que outros fatos graves, como a ilustre
Presidente referiu, há pouco, já estavam ocorrendo na FEBEM.
E, agora, têm a sua
intensidade aumentada.
Presidente Mara Luzia
Feltes, este problema é uma bomba-relógio dentro da FEBEM. Há muitos anos,
diversos órgãos, entre os quais de destacam o SEMAPI e a AFUF, têm denunciado
permanentemente a falta de condições para as crianças e os adolescentes, em
especial o IJM e o IJF, e principalmente o ICN, porque o tipo de adolescente e
o motivo pelo qual estão ali leva o ICN a ser natural e potencialmente mais
explosivo. Some-se a isso o fato de que, sem água, sem material de higiene e com
a superlotação é impossível que não aconteça nada. Estranha-se que tenha levado
tanto tempo para ocorrer algo desse tipo. A possibilidade de uma tragédia é
permanente nesses locais. Tivemos notícias, ainda não confirmadas, e estamos
encaminhando, depois de confirmadas, ao Ministério Público da ocorrência,
inclusive, de um óbito no dia do motim. Não foi confirmado. Há mais violência
do que foi dito. Há um problema sério com os adolescentes que foram para o
Manicômio Judiciário. Existem funcionários que ficaram também presos no
Manicômio Judiciário injustamente, ilegalmente, um comportamento absurdo e
inaceitável. Os funcionários presos, que estavam lá cumprindo seu dever,
ficaram, ou como reféns, ou trabalhando para o término do problema. Acabaram
detidos no mesmo local onde ficaram os adolescentes que foram retirados do ICN.
É um conjunto de problemas de extrema gravidade, onde temos de um lado a
omissão criminosa do Poder Público em relação às condições em que estão as
crianças e adolescentes, e, por outro lado, a falta de informação para a
sociedade, porque a sociedade conhece 20 ou 30% dos problemas que realmente
ocorreram. O Poder Público, que conhece o problema na sua extensão, na sua
integridade, não informa a sociedade, não permite o acesso da imprensa à
informação, e, com sua atitude, contribui para que o problema permaneça e
aumente. O IJF e o IJN são também bombas-relógio prestes a explodir, além de
outros locais, obviamente. Acho de todo oportuno que, no dia de hoje, o SEMAPI,
na sua Direção, com as palavras da Presidente Mara, tenha feito as colocações
de alerta, assim como, acho que tem que haver uma investigação mais profunda
sobre as conseqüências, os motivos do chamado motim e também em relação aos
funcionários da FEBEM, sobre o que ocorreu efetivamente porque pode haver e
deve haver, se for o caso, um processo e a penalização dos responsáveis pelo
tipo de ação que houve, relativamente aos funcionários, após o motim. Concluo
dizendo que de nossa parte, aqui, na Câmara Municipal ou em qualquer outro
fórum competente, estaremos à disposição para fazer esta e outras denúncias e
não terminaremos este trabalho sem a investigação final do que ocorreu
efetivamente no dia e posteriormente com os adolescentes e com os funcionários.
Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Motta está com a palavra como Líder da Bancada do Partido
dos Trabalhadores.
O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, prezada companheira Mara Luzia
Feltes, Presidente do SEMAPI. Eu acho que a Câmara de Porto Alegre tem dado
demonstração de efetiva sensibilidade ao abordar este tema que se refere ao
chamado sistema penitenciário e derivações. Nós, aqui dentro da Comissão de
Justiça temos experiência, pois o Vereador Presidente da Comissão, Elói
Guimarães, presidiu um intenso processo de instrução e de informação sobre a
situação do sistema penitenciário no Rio Grande do Sul. Ouvimos desde as
entidades representativas dos servidores nesta área, Ministério Público,
Assembléia Legislativa e também parte do Governo do Estado. Nós com alguns encaminhamentos com relação
àquele tema, nós fechamos todo o ciclo de informação daquele cenário num amplo
debate envolvendo todos os atores dessa situação. Nós também achamos que neste
cenário deveria se envolver até a Prefeitura Municipal de Porto Alegre porque,
na época, o objeto que fez com que se movimentasse a Comissão foi a famosa fuga
do Presídio Central na Cidade de Porto Alegre. Pois bem, fala muito bem a
Presidenta do Sindicato, quando diz que não estamos apenas discutindo o
problema da violência, em si, da fuga que aconteceu na FEBEM nesses últimos
dias, além dessas questões que o Ver. Pedro Ruas de forma tão oportuna levanta,
também quer suscitar aquilo que o Sindicato está propondo que é um debate de
mérito sobre a forma como o Governo do Estado está administrando esta área.
O Sindicato inclusive fala
da sua disposição em colocar para a sociedade a necessidade de refletir sobre
outras formas que existem e que são trabalhadas em outros Estados. Cito, como
exemplo, o Projeto Axé, em Salvador, projeto avesso à idéia de repressão, mas
que trabalha com a tentativa de agregar os menores socialmente. Eu acho que nós
poderíamos combinar este cenário e assumir um compromisso com a sociedade civil
de fazermos uma combinação de ações conjuntas com a Comissão de Justiça,
Sindicato e outros, para que se realize um esforço sobre-humano para realizar a
conclusão do projeto incorporando os problemas assumidos pelo Sindicato,
realizando aqui, na Câmara, um encontro para refletirmos sobre a FEBEM e o
Sistema Penitenciário e quais as perspectivas que podemos apresentar para a
sociedade com as autoridades aqui presentes.
Concluo sugerindo ao
Plenário este encaminhamento e esta sugestão, ou seja, já que existe uma
iniciativa do Sindicato, já que o assunto é candente e existem outras entidades
envolvidas na discussão, a Comissão de Justiça e de Direitos Humanos da
Assembléia e da Câmara Municipal, assim como o Ministério Público, as áreas da
Saúde e da Educação que tratam da questão de fazer essa rede toda e se reunir
para que possamos, debatendo o assunto, apresentar, a partir desse painel,
alguma alternativa concreta, nos diferentes níveis; desde a superlotação, até
mesmo o problema do conceito da visão que o Governo do Estado está tendo com
relação à forma de encaminhar esse assunto. É a minha opinião, de forma
absolutamente simples não encarando como um problema de fundo, que todas as
autoridades, todos os educadores, todos aqueles que pesquisam esta área vêm nos
colocando. Ou seja: não se trabalha apenas com o problema da repressão, com o
problema da violência dentro desse tipo de sistema, de instituição. Seria uma
sugestão concreta ao Sindicato, aos presidentes de comissões, ao Ver. Pedro
Ruas, que, penso, tem possibilidade de estender a idéia ao Movimento dos
Direitos Humanos para que realizássemos esse painel antes do final do ano, numa
tentativa desesperada de contribuir para o Governo do Estado não tenha a idéia
de que a Câmara apenas está aqui para criticar, fazendo a crítica em si, mas
queremos fazer a crítica em termos de alternativas concretas para um problema
concreto. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. ELÓI GUIMARÃES (Questão de Ordem): A respeito da colocação
feita pelo Ver. João Motta, gostaríamos de colocar que por Requerimento dele,
Ver. João Motta, e do Ver. Fernando Záchia, constituiu-se no seio da Comissão
de Justiça uma investigação, um estudo, uma análise e a outiva das autoridades
envolvidas no sistema penitenciário gaúcho. Ouvimos autoridades judiciárias,
autoridades do Executivo, sindicatos, etc. E o Ver. João Motta é o relator da
matéria, e, nesse sentido, faz uma sugestão concreta à Comissão e ao conjunto
da Casa.
Nesse sentido queremos
informar que o processo está em andamento, está em aberto e pretendemos
fechá-lo com um pequeno simpósio.
O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli): A Presidência informa que não foi uma Questão de
Ordem, mas dada a relevância do assunto, a Presidência aceita.
O SR. MILTON ZUANAZZI (Esclarecimento): Eu quero dizer que na
Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, junto com o SEMAPI, junto
com a Associação dos Funcionários da FEBEM, estaremos programando um grande
debate sobre essa questão da municipalização da FEBEM. É muito mais sério do
que imaginamos. Por problemas muito mais nossos, aqui da Casa, que não convém
colocar, o debate foi adiado. Era para ter ocorrido no início dessa semana que
passou. Foi adiado, mas está de pé, vamos fazer na data que convier ao SEMAPI,
aos funcionários da FEBEM e à Comissão, convidando a Casa para esse debate.
O SR. PRESIDENTE: Obrigado, Vereador. O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em
tempo de Liderança.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Esse tema é
demasiadamente sério para que, eventualmente, circunde-se o problema apenas em
questões político-partidárias. Surpreendo-me ouvindo Vereadores do PDT falando
do assunto com tanto interesse, com todo o respeito que merecem os Vereadores
Pedro Ruas, Elói Guimarães e Milton Zuanazzi, quando na administração Collares
certamente o problema foi piorado. O problema é mais antigo. Temos que ir bem
mais para trás e não circunscrever a coisa apenas ao momento atual, porque
assim não vamos resolver nada. Certamente, a direção anterior da FEBEM não colaborou
para ajudar a encaminhar problemas que já existiam e que são crônicos, que
demandam uma série de medidas concretas. Sabia que o SEMAPI estaria presente
aqui, hoje. Tive o cuidado de conversar com a Diretora da FEBEM, a companheira
Maria Josefina Beck e que, parece-me, tem o respeito, do ponto de vista
profissional, de todos os que atuam na instituição. Ela me confirmava, sem
nenhum problema do ponto de vista de omitir ou esconder dados, que de fato
existe superlotação, estresse dos funcionários, que faltou papel higiênico, que
existem dificuldades internas. Não se pode ficar com meia informação nesta
Casa. É não dizer, por exemplo, que antes do motim já haviam sido encaminhadas
solicitações de contratação emergencial. Inclusive, esse processo foi enviado
sexta-feira à Assembléia Legislativa. Depende, portanto, agora, da aprovação da
Assembléia Legislativa, pois estão sendo desenvolvidas obras de readaptação de
dois prédios do complexo da FEBEM para redistribuição física de alguns dos
menores, Ver. Pedro Ruas, o que vai diminuir as questões aqui levantadas.
O problema de água é
velhíssimo e não envolve só a FEBEM, mas envolvem obras do DMAE para dar maior
possibilidade de captação de água junto aos prédios, e, então, recuperação
interna e distribuição de água nestes prédios.
Já existe um projeto, - e
quando eu digo projeto, significam verbas disponíveis, - arquitetônico
aprovado, localização definida de construção de novos prédios, inclusive no
interior do Estado, para dar condições de remoção de parte desses menores que
não são de Porto Alegre e acabam sendo concentrados aqui na FEBEM.
Então, existem encaminhamentos concretos, até porque o problema é
muito sério e, infelizmente, ninguém vai fazer milagres. Mas quando o Ver. João
Motta, os Vereadores da Comissão de Constituição e Justiça dizem que querem
fazer o debate, - e eu acho excelente fazer o debate, - acho que não se pode
omitir, também, uma dificuldade que vem encontrando a FEBEM para trabalhar com
a FESC: a negativa categórica da FESC, ligada à Prefeitura de Porto Alegre, em
fazer, sim, uma parte que lhe compete. Esta parte das vilas, mencionada pela
FEBEM, é muito mais uma parte da Prefeitura de Porto Alegre do que da FEBEM. À
FEBEM compete trabalhar no Rio Grande do Sul inteiro, e ao Município de Porto
Alegre cabe trabalhar em Porto Alegre, Ver. Pedro Ruas. Acho que nós podemos
nos somar nesta questão. Se nós distribuirmos tarefas e simplesmente
repassarmos tudo, ou apenas falarmos em municipalização da FEBEM, nós não vamos
chegar a nenhum resultado.
Então, sem contestar dados
aqui trazidos pela Presidenta, mas, ao contrário, ratificados pela Diretora da
FEBEM, quero chamar a atenção, pois medidas estão sendo tomadas. Não há
milagres a serem feitos e o problema é grande demais para ser enfrentado. Nesse
sentido, gostaria de pedir, porque esse é o pedido da Profª Mara Luzia Feltes,
que estas comissões na Câmara, que estão se ocupando do tema, convidem também a
Diretora da FEBEM, para que ela possa ser ouvida e participe dos debates. Ela
já esteve nesta Casa, por iniciativa dela, encaminhada por mim. Falou nesta
Tribuna Popular, e ela gostaria, sim, a qualquer momento, de estar aqui de novo
para fazer esta discussão. Ela tem se preocupado em fazer um trabalho sério. A
seleção de técnicos lá dentro não tem levado em conta a questão da filiação
partidária, ao contrário do que ocorria antes, tem se preocupado com a
qualificação técnica, e isso tem gerado até problemas internos na
administração. Ela gostaria de ter a oportunidade de uma atenção para colocar a
visão da Direção da FEBEM em relação a esses problemas. Obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nós, enquanto Câmara de Vereadores, Presidente da Comissão da qual
fazemos parte, queremos expor que estamos voltados aos problemas da FEBEM.
Queremos agradecer a
presença da Sra. Mara, da Diretoria, e agradecer a presença dos Senhores e
Senhoras que estão acompanhando.
Passamos à
1ª SESSÃO
PROC. 2441/95 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 141/95, de autoria da Vera. Maria do rosário, que oficializa
o “Festival de Arte da Cidade de Porto Alegre, e dá outras providências.
PROC. 2527/95 – PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 74/95, que autoriza o Executivo a alienar imóvel de propriedade do Município,
independentemente de licitação, à sucessão de Roberto Júlio Walter.
PROC. 2574/95 – PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 75/95, que desafeta parcela da área reservada à escola e autoriza a permuta
de próprio Municipal localizado na Rua Dr. Caio Brandão de Mello com área
atingida pelo prolongamento da Av. Padre Leopoldo Brentano.
PROC. 2624/94 – PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 47/95, de autoria da Mesa Diretora, que cria cargo de Oficial de Transporte
II no Quadro dos Cargos Efetivos da Câmara Municipal de Porto Alegre, e dá
outras providências.
2ª SESSÃO
PROC. 2500/95 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 147/95, de autoria do Ver. João Dib, que denomina Rua Luiz
Fontoura Júnior um logradouro irregular, localizado no Bairro Jardim
Itú-Sabará.
PROC. 2509/95 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 148/95, de autoria do Ver. João Dib, que denomina Rua
Israel Wolf um logradouro irregular, localizado no Bairro Jardim Itú-Sabará.
PROC. 2474/95 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 144/95, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina
Rua Florestan Fernandes um logradouro público, localizado no Bairro Vila Nova.
PROC. 2496/95 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 146/95, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que institui o
Hino à Negritude na Cidade de Porto Alegre.
PROC. 2338/95 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 127/95, de autoria do Ver. Luiz Braz, que dispõe sobre a
implantação de atividades de estabelecimentos comerciais no Município de Porto
Alegre. Com Emenda nº 01
3ª SESSÃO
PROC. 2438/95 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 140/95, de autoria do Ver. Paulo Brum, que institui, no
sistema de transporte individual de passageiros, por veículos de aluguel
providos de taxímetro, a categoria de “perua-rádio-táxi”, e dá outras
providências.
PROC. 2457/95 – PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 70/95, que autoriza o Poder Executivo a efetuar a permuta de próprio
Municipal.
PROC 1392/95 – PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 44/95, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que institui o Prêmio Mérito
Sindical, a ser concedido anual e individualmente, concede-o ao Senhor Paulo Abdala,
e dá outras providências.
PROC. 0507/93 – SUBTITUTIVO
Nº 01 ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 10/93, ambos de autoria do Ver.
João Motta, que estabelece diretrizes gerais para a criação e funcionamento de
cooperativas habitacionais populares no Município de Porto Alegre, e dá outras
providências.
PROC. 2309/95 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 121/95, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que dispõe sobre
a suspensão do fornecimento de água aos trabalhadores desempregados, e dá
outras providências.
PROC. 2393/95 – PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 28/95, de autoria do Ver. Edi Morelli, que altera o
Art. 3º da Lei Complementar nº 262, de 27.12.91, e dá outras providências.
PROC. 2443/95 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 142/95, de autoria do Ver. Mário Fraga, que denomina Rua
Túnel Verde um logradouro irregular, localizado no Bairro Ponta Grossa.
PROC. 1807/94 – SUBSTITUTIVO
Nº 01 ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 105/94, ambos de autoria do Ver.
Clovis Ilgenfritz, que disciplina a poluição visual, o uso do mobiliário urbano
e dos veículos publicitários no município, e dá outras providências.
O SR. DILAMAR MACHADO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, gostaria de
reiterar a minha Questão de Ordem feita alguns dias atrás, um Pedido de
Providências ao Executivo no sentido de que seja devolvido, a este vereador, um
Pedido de Informações sobre irregularidades na PROCEMPA. Faz quarenta e seis
dias que esse Pedido saiu para o Executivo e não retornou ainda.
O SR. PRESIDENTE: Providenciaremos, Vereador. O Ver. João Dib está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Todos os projetos do executivo que
se encontram na Pauta no dia de hoje, dizem respeito a sua imobiliária, à
imobiliária da Prefeitura, que transaciona muito e, às vezes, de forma obscura,
no caso, o da Rua dos Andradas nº 680, que há dois anos e meio, escondido, o
Poder Público Municipal comprou o prédio e que agora se sabe que está
absolutamente deteriorado, vão ser reconstruídas paredes, esquadrias, pisos e
outras coisas mais. Vai ser um novo prédio, prédio escriturado, dizendo que tem
apenas dezesseis pavimentos. Eu nunca vi uma escritura que não dissesse qual a
área do imóvel. Isso eu não conhecia, mas acontece com a Prefeitura de Porto
Alegre, a sua imobiliária, que hoje tem vários projetos, desafetando, vendendo.
E devo dizer, Sr. Presidente, que vejo que está em primeira Sessão a
autorização do Executivo para alienar imóvel de propriedade do Município,
independente de licitação, à sucessão de Roberto Júlio Valdo. Eu já discuti
esse Projeto na Pauta e estranho que ele esteja em primeira Sessão novamente.
Mas, a imobiliária da
Prefeitura, é uma imobiliária muito eficiente: vende até quadro, vende índices
por preços mais altos do que os terrenos, como aquele da Av. Sertório, que a
Prefeitura trazia a este Plenário a vinte e quatro reais o metro quadrado e
depois que houve reclamação aqui, passou a 80 reais o metro quadrado. Mas, ela
vende o índice por 168 reais o metro quadrado, agora, quando é de um amigo meu,
do PPB, aí até 280 reais o metro quadrado uma nesga de terra que não tem
sentido nenhum. A imobiliária é muito séria. Vai até desafetar uma área para
trocar e vender outra. É meio difícil entender essa imobiliária, porque movimenta
muitos recursos e aprovou a venda de 28 terrenos da imobiliária da Prefeitura,
que deveria constituir patrimônio da mesma. Vão ser levados aos cofres da
Prefeitura, provavelmente para também usar em publicidade e, também, talvez,
para, mais uma vez, desrespeitar esta Casa na forma da Lei Orgânica que
determina que a prestação de contas deve ser feita, primeiramente, ao
Parlamento Municipal. Mas, já contrataram um ônibus e vão prestar contas nas
ruas da Cidade. Mas, a Casa Legislativa do Povo de Porto Alegre, que autoriza,
essa não precisa ser ouvida. Tenho pedido, em relação à imobiliária da
Prefeitura, uma definição da Comissão de Justiça, que foi contrária ao meu
ponto de vista, mas que já pedi que viesse a Plenário. Gostaria de urgência
urgentíssima, porque temos 2 Sessões até o término da presente Sessão
Legislativa. Gostaria que a Diretoria Legislativa providenciasse para
quarta-feira o debate da Comissão de Justiça, que disse que a Prefeitura teria
o direito de comprar sem autorização da Câmara. Mas, duvido que a Comissão de
Constituição e Justiça, com toda a injustiça que pratiquei, igualmente possa
dizer que o Prefeito poderia fazer o financiamento também sem autorização da
Câmara. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Requerimento): Sr. Presidente, levando em
conta a inexistência de ar condicionado e as condições difíceis do Plenário,
quero sugerir que seja liberado o uso do casaco aos Vereadores, nesta tarde.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa aceita o Requerimento de V. Exa., mas, se em virtude de falta
de ar condicionado liberássemos o uso do casaco, estaríamos ferindo o Regimento
da Casa. Mas, o Plenário é soberano, vamos colocar em votação.
Em votação o Requerimento.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Está dispensado o uso do
casaco até que as condições normais se restabeleçam.
Sobre a mesa Requerimento de
autoria do Ver. Giovani Gregol, solicitando Licença para Tratamento de Saúde.
(Obs.: Foi apregoado
Requerimento de Licença do Ver. Giovani Gregol e declarado empossado o
Suplente, conforme consta na Ata.)
A Presidência apregoa o
recebimento de comunicações de impossibilidade de assumirem a Vereança dos
Suplentes Adroaldo Corrêa e Mariza Abreu.
A Presidência apregoa o
Substitutivo nº 01, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, ao PLCL nº 34/94, que
cria o Conselho Municipal de Cultura, com base na Lei Orgânica do Município e
das Leis Complementares nº 267 e 293, de 16.01.92 e 28.04.93, respectivamente.
Queremos, para satisfação
nossa, parabenizar o Ver. Pedro Américo Leal, pela homenagem e reconhecimento
da comunidade de Viamão, por sua ajuda na realização do asfaltamento da RS-129.
(Lê o cartão de prata.) (Palmas.)
Queremos, também,
parabenizar o Ver. João Dib, que hoje receberá o prêmio de Engenheiro do Ano no
Setor Público. (Palmas.)
O Ver. Edi Morelli está
inscrito em Pauta. Desiste. Ver. Clovis Ilgenfritz. Desiste. O Ver. Reginaldo
Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. A Pauta tem hoje
consignando inúmeros Projetos de Lei, todos eles têm grande significado. Por
isso, Sr. Presidente, desejo fixar-me em três deles, pelas circunstâncias de
que os mesmos estão no 3º dia de Pauta. O primeiro deles estabelece diretrizes
gerais para criação e funcionamento de cooperativas habitacionais no Município
de Porto Alegre.
O segundo dispõe sobre a
suspensão do fornecimento de água ao trabalhador desempregado.
O terceiro, de autoria do
Ver. Jocelin Azambuja, que institui o Prêmio-Mérito Sindical a ser concedido
anualmente e individualmente e conceder o mesmo ao Sr. Paulo Abdala.
Evidentemente, o meu
interesse relativamente a esses três Projetos de Lei. Mas, considerando o
primeiro citado, isto é, aquele que trata do funcionamento de cooperativas
habitacionais populares, que acaba de receber um Substitutivo de autoria do
próprio Ver. João Motta, que, em 1993 apresentou este Projeto de Lei mediante a
circunstância altamente compreensiva da nossa dificuldade momentânea, vou me fixar
neste, especialmente porque entendo que o mesmo transita por uma área
absolutamente carente e sobre a qual inúmeras tentativas já foram feitas nesta
Cidade com resultados não satisfatórios.
Indiscutivelmente, Sr.
Presidente, a preocupação com a carência de habitações populares nesta Cidade
foi a grande razão pela qual esta Casa na última sexta-feira aprovou o
Substitutivo do Ver. Antonio Hohlfeldt ao Projeto de Lei do Executivo Municipal
que requeria autorização para a comercialização de terrenos, imóveis do
Município com o objetivo de lançar recursos na esfera da habitação popular. A
aprovação tinha um fundamento principal que era o reconhecimento de toda a Casa
da escassez de recurso que esse segmento da vida social do cotidiano da Cidade
está condenado nos dias presentes, especialmente após aprovação do orçamento do
DEMHAB que contempla a construção de casas populares e a implantação de lotes
urbanizados com quantias insignificantes que não chegam a atingir 0,4% do total
do orçamento consolidado no Município.
Nesta linha, Sr. Presidente,
surge agora um Projeto de Lei do Ver. João Motta que obviamente busca trilhar
um caminho que no passado já foi parcialmente prejudicado como resultado ora
satisfatoriamente, ora intranqüilizante. O que pretende o Ver. João Motta?
Pretende que no Município de
Porto Alegre a criação e funcionamento de uma cooperativa habitacional e, fazer
com que seja regida por este Diploma Legal. Neste particular estabelece em
vários títulos as condições de credenciamento do funcionamento dessa habitação
perante o agente financeiro, fato esse que haveremos de nos ocupar mais
fortemente quando, olhando o capítulo 4, temos um título especificamente
destinado ao agente financeiro e, posteriormente, no capítulo 7, a colocação do
repasse do agente financeiro municipal. Face a essas colocações, Sr.
Presidente, impedido pelo tempo, informo à Casa que me debruçarei fortemente
sobre este Projeto de Lei, na medida em que tudo deve ser feito no sentido de
contribuir direta ou indiretamente para melhorar a carência e o sofrimento das
populações menos aquinhoadas, tendo que ter desta Casa a melhor das atenções.
Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero voltar a
referir o Processo nº 1807/94, Substitutivo do Ver. Clovis Ilgenfritz ao
Projeto de autoria do mesmo Vereador sobre a poluição visual do imobiliário
urbano na Cidade de Porto Alegre. Os Senhores lembrarão que, já por três vezes,
este Plenário decidiu rejeitar o Projeto anterior do Ver. Clovis. Agora o
Vereador apresenta um Substitutivo que acrescenta uma série de reivindicações
trazidas pelo segmento de publicidade de "outdoor" na Cidade de Porto
Alegre.
O Processo se desenvolve em
3ª Sessão, dizia o Ver. Clovis, e não deverá ser votado ainda neste ano que
está para se concluir no dia 15 de dezembro. Isso dará oportunidade, segundo
conversamos com representantes da Central de "outdoor", no sentido de
que se trabalhe em conjunto com a equipe do Ver. Clovis e representantes dessa
área. A partir de 15 de fevereiro, ou durante o mês de março de 1996, mais
certo, teremos a possibilidade de votar um novo projeto que vai trabalhar com a
questão visual da Cidade de Porto Alegre e que atenda os interesses do
Município, mas que ao mesmo tempo respeite os interesses da atividade
publicitária ao ar livre como é exercida, não só em Porto Alegre, como em todas
as cidades do mundo.
Basta ver as fotografias das
grandes cidades, a famosa foto do "Times Square" em Nova Iorque, que
trabalha exatamente com características daquela imagem, - publicidade ao ar
livre - através de neons, etc. Portanto, me parece que estamos avançando nessa
discussão e esperamos que assim como foi possível na SMAM, naquela comissão que
criou-se a partir da visita de Vereadores desta Casa, lideranças de todos os
partidos ao Secretário Municipal do Meio Ambiente, quando chegarmos a um
consenso em algumas questões fundamentais dessa atividade de respeito aos
empresários do setor e também de respeito aos interesses da Cidade, nós
possamos ter brevemente uma, não nova legislação, mas uma legislação consensual
e não uma legislação imposta, genérica e permitirá a interpretação que bem se
entenda, por parte de alguns técnicos.
O Sr. Artur Zanella: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Só a equipe do Ver. Clovis Ilgenfritz pode participar desta Reunião?
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Ver. Artur Zanella, V. Exa. poderia me permitir não
perder tempo com essa pergunta. É ele e as Comissões da Casa, tramitará
inclusive pela sua Comissão. É com o Ver. Clovis Ilgenfritz com quem deveremos
discutir, negociar. Todos os Vereadores têm o direito e o dever de participar
dessa Comissão.
Fico feliz em ver que temos
uma oportunidade de chegarmos a um resultado positivo e, sobretudo, que nos
possibilite um encaminhamento objetivo para essa questão. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está encerrada a discussão da Pauta. Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
O SR. MILTON ZUANAZZI (Requerimento): Na Sessão passada, quando estava em
discussão o Proc. nº 1896/95 - PLCL nº 21/95, da Comissão de Direitos Humanos e
Defesa do Consumidor, terminou o quórum, portanto, pediria que ele continuasse
na Ordem do Dia.
O SR. PEDRO RUAS (Requerimento): Requeiro que votemos os Projetos de homenagens, de
nomes de rua e, inclusive, um deles em especial, o de fl. 19, PLL Nº 132/95
cuja família do homenageado e a Associação dos Funcionários da UFRGS, estão
presentes, aguardando a votação. São Projetos muito rápidos. Claro que o
Requerimento do Ver. Milton Zuanazzi não será prejudicado em função disso.
Teremos agora a votação
desses Projetos, inclusive já conversamos com boa parte das pessoas interessadas.
Requeiro que os Projetos de fls. 15, 17, 18, 19, 20 e 23, respectivamente, PLL
nºs 105, 114, 123, 132 e 133/95 e PR nº 40/95, fossem votados diretamente e, em
primeiro lugar, o de fl 19. Após, seria aquele requerido pelo Ver. Milton
Zuanazzi. Não haveria discussão desses Projetos.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Informamos ao Ver. Dilamar
Machado que, com relação ao seu Requerimento, relativo ao Pedido de Informações
nº 166, nós recebemos, em 30 de novembro de 1995, do Sr. Tarso Genro, uma
correspondência pedindo mais 15 dias de prorrogação, conforme o inciso VIII, do
Artigo 94, da Lei Orgânica. Nós estamos oficiando mais uma vez ao Sr. Prefeito.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu tenho quatro Pedidos de
Informações e o Prefeito não respondeu.
A prorrogação do 144, de
1995, era para o dia 19 de outubro e não veio a resposta. A prorrogação do 151
era para o dia 1º de novembro e não veio a resposta. A prorrogação do 152 é
para o dia 1º de novembro e não veio a resposta. E o 159, que não foi
solicitada a prorrogação, era para o dia 25 de outubro.
PROC. 2373/95 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 132/95, de autoria do Ver. Pedro Ruas, que denomina
Complexo Poliesportivo Raul Fernando Zeni o próprio municipal localizado no
Centro Social e Urbano 1º de Maio.
Obs.:
- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 132/95. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) O Sr.
Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Queria fazer um registro das
presenças entre nós de Emília Pedroso, viúva do Raul Fernandes, homenageado no
dia de hoje: José Luís Rockenback Coordenador de Finanças da ASSURGS; Kátia
Marco, Jornalista; Rosana Fogaça, Delegada Sindical da ASSURGS; Carmem Almeida,
Coordenadora de Divulgação e Imprensa da ASSURGS; Luiz Carlos, irmão do Raul
Fernandes; Luiz Kliper, da Juventude Socialista do PDT; Alves de Medeiros
Júnior, Secretário-Geral da Zonal 111, do PDT.
Hoje é um dia especial,
porque possibilita que a Cidade e através desta Câmara de Vereadores, através
dos 33 Vereadores, prestemos uma homenagem, das mais justas e importantes deste
ano de 1995. Digo uma das mais justas e importantes porque, no fim do ano
passado, uma tragédia vitimou 13 sindicalistas que voltavam de um congresso da
UFRGS, na Cidade de Pelotas, acontecido bastante lamentado dentro desta Casa,
com uma reflexão profunda sobre a luta e a vida das pessoas que dedicaram o
melhor da sua capacidade, o melhor do seu talento à luta sindical.
No caso específico, Raul
Fernandes, conhecido entre nós, do PDT e do segmento comunitário em geral, como
Peninha, uma dedicação específica dessa área comunitária. O Peninha foi para
nós verdadeiro paradigma de engajamento sindical, comunitário e no movimento
social como um todo. Na verdade, Peninha, no movimento estudantil, combateu de
forma intensa a ditadura militar, lutou pela redemocratização do País e passou,
a partir de então, a dedicar-se à Organização do PDT em nosso Estado, e mais
particularmente no PDT da Zona Norte da Cidade. Paralelamente a isso, o Peninha
teve uma atuação sindical destacável, uma atuação de nível comunitário, por
todos motivos, elogiado. Peninha, viveu 37 anos.
Uma vida muito curta para
qualquer ser humano. No caso específico dele, no auge da sua capacidade de
realização e criatividade, um acidente ceifou-lhe a vida e os outros 2
companheiros que na mesma luta, na busca dos mesmos ideais, estavam naquele
Congresso em Pelotas.
Para nós, ao mesmo tempo em
que continuamos a lamentar a perda do grande companheiro, do grande amigo, do
grande sindicalista, do grande líder comunitário, é também motivo de orgulho
poder fazer, neste momento, esta homenagem, junto com os demais Vereadores e
colocar exatamente ali, na Zona Norte da Cidade, a zona que viu a atuação mais
forte do Peninha, a zona onde a sua esposa e os seus filhos são conhecidos, um
complexo esportivo que tenha para sempre o nome de Raul Fernando Zeni, para
sempre o nome do Peninha.
Da mesma maneira que, para
sempre, o Peninha fica nas nossas lembranças e no nosso coração, fica para
sempre gravado ali, na pedra ou no bronze o símbolo de uma luta comunitária e
sindical importante dentro da cidade e, mais especialmente, dentro da Zona
Norte, mas, mais que tudo isto, que a homenagem e que a lembrança do Peninha,
fica o seu exemplo de luta, de coragem, de honestidade, de dedicação e de amor
à causa do povo brasileiro. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Décio Schauren está com a palavra para encaminhar o PLL nº
132/95.
O SR. DÉCIO SCHAUREN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Senhores e
Senhoras visitantes, para quem está nos visitando, eu queria dizer que, muitas
vezes, para homenagens desse tipo não há a intervenção do encaminhamento.
Vários Vereadores me pediram para não encaminhar, mas eu não poderia me furtar
de fazer uma intervenção, principalmente, quando se trata de um colega, uma
pessoa que eu conheci no movimento estudantil, no movimento sindical, no
movimento comunitário e que junto comigo em 1979/80 participa da formação do
Curso Preparatório aos Exames Supletivos, na Lomba do Pinheiro, onde vários
companheiros, alguns já formados, outros em final de faculdade, fundamos esse
curso preparatório em uma vila operária, para trabalhadores que não tiveram a
oportunidade de fazer os seus estudos regulares pudessem se preparar para
prestar os exames supletivos.
Eu conheci o Peninha antes,
em 1973, quando entrei na UFRGS o Peninha era estagiário no Departamento de
Pessoal da UFRGS, desde lá o conheço. Conheci-o como líder estudantil, como uma
pessoa ligada às questões culturais e esportivas da UFRGS. Muito bem quisto por
seus colegas e carinhosamente apelidado de Peninha. De lá para cá ele nunca
deixou de ser uma diferença na Universidade, inclusive chegou à Diretoria da
Associação dos Funcionários da UFRGS, onde fazia parte do Departamento de
Formação Sindical. E foi nesse trabalho todo que ele, junto com os colegas,
alguns dos quais estão aqui, foram a um Congresso dos Servidores do Ensino de
3º Grau, na Universidade Federal de Pelotas, e na volta, ele e mais 11 colegas
foram vitimados num violento choque contra dois ônibus. E, em todas as
lideranças houve uma comoção geral, na UFRGS, no movimento sindical, no
movimento comunitário, onde ele era conhecido.
Sei que o Peninha tinha toda
uma atividade naquele Centro Social 1º de Maio, atividade cultural, esportiva,
inclusive fazia parte desse trabalho na UFRGS, onde fazia parte do time da
reitoria. Isso tudo mais do que justifica que esse Centro 1º de Maio seja
chamado "Raul Fernando Zeni". Penso que líderes como ele, liderança
do movimento sindical, do movimento estudantil e do movimento comunitário numa
época em que era difícil fazer esses movimentos, que lutar pela
redemocratização era difícil; penso que o Peninha merece.
Vim encaminhar desta tribuna
para dar o exemplo e para pedir aos colegas Vereadores para aprovar este
Projeto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o PLL nº
132/95.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, venho à tribuna em
nome do PFL encaminhando esta votação, numa homenagem, especialmente aos
autores do Projeto de Lei, que visa a homenagear um companheiro de luta
daqueles que compareceram à tribuna. A bem da justiça, quero cumprimentar os
seus autores, especialmente porque entendo que a cada um de nós cabe homenagear
os nossos entes queridos da forma, da maneira e pelo meio que julgarmos
adequados.
Percebi, especialmente no
pronunciamento do Ver. Décio Schauren, uma vinculação pessoal, direta, da
figura do homenageado com o local da homenagem. Isso me leva a compreender a
inteligência do Ver. Pedro Ruas que contorna alguma disposição de lei no
sentido de prestar a homenagem ao Professor Raul Fernando Zeni, que todos na
Casa chamam Peninha, forma afetiva pela qual era conhecido; contornou, digamos,
as exigências do art. 8º da Lei Complementar 320 e consagrou a homenagem na
forma e na maneira pretendida. Como integrante do PFL quero me associar aos
companheiros que estão homenageando, os companheiros da juventude socialista,
porque, certamente, esse jovem tão prematuramente retirado do nosso convívio,
com toda a segurança, pela sua atividade e pela forma pela qual os seus
companheiros, por esta homenagem, o faria merecedor daquela que agora aqui se
consagra. Ainda que não tivesse tido o privilégio de conviver em vida com esse
cidadão, me associo a eles, por paradoxal que pareça, eu que sou liberal, com
outros companheiros socialistas, quando estavam fazendo uma homenagem ao seu
amigo tão prematuramente retirado do nosso convívio. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerramos o período de encaminhamento. Em votação o PLL nº 132/95. Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO o PLL nº 132/95 por unanimidade.
Senhores e Senhoras,
registramos que o Ver. Pedro Américo Leal recebeu uma distinção especial da
Prefeitura e da Câmara de Vereadores de Viamão, pelo trabalho que tem
desenvolvido no Estado. Nossos cumprimentos, em nome da Câmara Municipal de
Porto Alegre.
Queremos registrar que esta
falta de luz se deve a um problema ocorrido em um transformador na rua. Não é
problema da Câmara Municipal. A previsão de conserto é de uma hora.
Estamos recebendo a visita
de duas ilustres pessoas que estão fazendo uma pesquisa de opinião sobre o
Orçamento e a forma de apresentação aqui no Município de Porto Alegre. Esta é
uma iniciativa que tem a participação da Comissão de Finanças e Orçamento da
Câmara Municipal de Porto Alegre. A partir dessas informações, pedimos para que
se responda a esses documentos, que serão utilizados nesta pesquisa.
Sobre a mesa Requerimento de
autoria do Ver. Mário Fraga, solicitando licença para tratar de interesse
particulares.
(Obs.: Foi aprovado
Requerimento de licença do Ver. Mário Fraga e declarada empossada a Suplente,
conforme consta na Ata.)
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL n° 105/95. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 2211/95
– PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 114/95, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que
declara de utilidade pública a Associação dos Moradores da Vila Tronco-Neves e
arredores.
PARECERES:
-
da
CCJ. Relator Ver. Darci Campani:
pela aprovação do Projeto;
-
da
CECE. Relator Ver. Décio Schauren:
pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL n°114/95. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO .
PROC. 2332/95
– PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 123/95, de autoria do Ver. Artur Zanella, que concede
o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Jornalista Maria Thereza Druck
Bastide.
Obs.:
- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA – Art. 82, § 2º, IV, do Regimento;
- votação
nominal nos termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- incluído na
Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM.
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, mesmo nas condições de dificuldades para o desenvolvimento das
nossas tarefas regulares, como Presidente do Partido Liberal, no instante que
se vota o Projeto de Lei do Legislativo nº 123/95, de autoria do ilustre Ver.
Artur Zanella, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à
Jornalista Maria Thereza Bastide, queremos hipotecar de forma ampla a nossa irrestrita
solidariedade à iniciativa, e a fizemos para que conste nos Anais da Casa.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 123/95. Em votação. (Após a chamada.) APROVADO o PLL nº 123/95 por 30 votos SIM.
PROC. 2381/95 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 133/95, de autoria do Ver. Mário Fraga, que concede o
título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Professora Maria Luiza Lopes
Alves.
Obs.:
- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA – Art. 82, § 2º, IV, do Regimento LOM;
- votação
nominal nos termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- incluído na
Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 133/95. (Pausa.) Em votação. (Pausa.)
O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): Quando eu estava presidindo os trabalhos, em
virtude da falta de energia elétrica foi liberado pelo Plenário a retirada do
paletó. Acredito que com a volta da energia os Vereadores podem colocar os
paletós. Já está ligado o ar condicionado.
O SR. PRESIDENTE: Nós tomaremos essa providência imediatamente. Em votação o PLL nº
133/95. (Após a chamada.) APROVADO o
PLL nº 133/95 por 29 votos SIM.
PROC. 2174/95
– PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 40/95, de autoria do Ver. Lauro Hagemann, que institui o
Prêmio de Ciência e Tecnologia Mário Schenberg, a ser concedido bianual e
individualmente.
PARECERES:
- da CCJ.
Relator Ver. Luiz Negrinho: pela aprovação do Projeto;
- da CECE . Relator Ver. Geraldo de Matos
Filho: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PR nº 40/95. Em votação. (Pausa.) O Ver. Lauro Hagemann
está com a palavra para encaminhar.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, apenas vou dizer
que tudo o que deveria dizer está na Exposição de Motivos; preconizo a
aprovação do Projeto.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos, em votação o PR nº 40/95. Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 1896/95 – PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 21/95, de autoria da Comissão de Defesa do
Consumidor e Direitos Humanos, que dispõe sobre o serviço funerário no âmbito
do Município de Porto Alegre. Com
Emendas nºs 01 a 19, 21 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 21.
PARECER:
- da CCJ. Relator Ver. João
Motta: pela aprovação do Projeto e das Emendas de nºs 01 a 10.
Obs.:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
por força do Art. 81 da LOM;
- adiada a discussão por uma
Sessão;
- discutiram a matéria os
Vereadores: E. Morelli, A. Zanella, M. Zuanazzi e M. do Rosário;
- retirada a Emenda nº 20.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCL nº 21/95. Questão de Ordem solicitado pelo Ver.
Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Queria dizer que,
juntamente com o Ver. Lauro Hagemann, encaminhamos duas Emendas que foram
revisadas pela Vera. Maria do Rosário, mas ainda não foram distribuídas. Alerto
a Mesa sobre a existência dessas duas Emendas.
O SR. PRESIDENTE: Já foram apregoadas, Sr. Vereador. Serão distribuídas.
O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para discutir o PLCL nº 21/95.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Clovis
Ilgenfritz me solicita que eu faça um discurso inteligente. Inteligente, na
linguagem do Ver. Clovis Ilgenfritz, no momento - é uma linguagem figurada -
quer dizer um discurso curto, conciso, objetivo. Procurarei atendê-lo até
porque, se há algo que eu busco, intransigentemente, alcançar é a condição de
homem inteligente. Sr. Presidente, nós votaremos, agora, um Projeto que tem
origem na Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos e tem alguma
coisa como vinte e três emendas e duas subemendas.
Então, Sr. Presidente,
acredito que o tipo de debate que envolveu este Projeto promovido internamente
dentro da Comissão com a ida e vinda das várias partes envolvidas no processo
aqui na Casa, nos autoriza a votá-lo num crédito de confiança aos companheiros
da Comissão que trabalharam e desenvolveram um trabalho, que agora é
complementado com as várias emendas trazidas.
Pessoalmente, como sempre
faço, estou anunciando o meu voto a favor do Projeto de Lei, ressalvando que
dada a multiplicidade de emendas, em princípio devo aprová-las, não que isso
antecipadamente nos assegure que haveremos de aprová-las, todas, até porque
algumas que vêm da lavra de dois excelentes e combativos Vereadores, Lauro
Hagemann e Artur Zanella, até o presente momento - pelas dificuldades que
tivemos na Casa esta tarde, ausência de luz, som, serviço de duplicação de
cópias - não nos chegou às mãos. Mas, em princípio, demos curso a duas Emendas,
um pedido que nos fez o Ver. Isaac Ainhorn, para que déssemos a cobertura, como
liderança, e o fizemos, honrados, dado que tivemos oportunidade de verificar
que é sábia a Emenda do Ver. Isaac Ainhorn. Como de resto convalescemos uma
Subemenda a esta mesma Emenda, essa que foi solicitada pelo Ver. Luiz Braz.
Desta forma, Sr. Presidente,
convencidos de que os autores do Projeto, a Comissão de Defesa do Consumidor e
Direitos Humanos fez um trabalho sério, e que todos os companheiros que
trouxeram contradições em forma de emendas, o fizeram com o objetivo de
enriquecê-lo, vou votar, sem ter sobre a matéria, o domínio que costumo ter com
relação a outras matérias que aqui na Casa tramitam.
Faço isto com plena
confiança de que os meus ilustres colegas da Comissão de Defesa e Direitos
Humanos, com toda a certeza, estão contribuindo para que o relacionamento entre
as partes nesse assunto sobre o qual a gente transita até com alguma
dificuldade, em face da matéria que o envolve, eles, os integrantes desta
Comissão o fizeram com a melhor da responsabilidade e por isso tem a minha
solidariedade.
Era isso, Sr. Presidente,
espero ter sido inteligente. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Presidência apregoou os seguintes Requerimentos, solicitando votação
em destaque relativamente ao PLCL nº 21/95.
- de autoria do Ver. Luiz
Braz, referente à expressão "e normativo", constante no
"caput" do art. 4º;
- de autoria do Ver. Isaac
Ainhorn, referente à expressão "a uma distância mínima de 150 metros de
outro seu congênere" à Emenda nº 21;
- de autoria do Ver. Milton
Zuanazzi, referente à Emenda nº 19.
O Ver. Luiz Braz está com a
palavra, para discutir o PLCL nº 21/95
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é claro que todos nós sabíamos da
necessidade que existia de surgir normas que pudessem enquadrar os serviços
funerários dentro das necessidades que temos aqui em nosso Município. Mas não
acredito que o Projeto que já recebeu várias e várias emendas, Vera. Maria do
Rosário, cometa um excesso no art. 4º e eu realmente não vi uma Emenda que
pudesse corrigir esse excesso, por isto estou pedindo destaque à expressão:
"e normativo". O art. 4º diz o seguinte: "O Executivo criará uma
comissão de serviço funerário como órgão fiscalizador." Até aí, tudo muito
bem. "E normativo dos serviços funerários". Ora, essa comissão que
vai surgir e que está aqui formada, de acordo com o Projeto, não pode ser uma
comissão que tenha a propriedade de estabelecer normas para esses serviços.
Então, não é, na verdade, uma comissão normativa, ela é uma comissão
fiscalizadora, isso sim. Acho que no art. 4º nos deveríamos tirar a expressão
"e normativo" e ficar apenas essa comissão como uma comissão
fiscalizadora. Estaríamos, nesse caso, corrigindo uma ilegalidade. Essa
comissão que está sendo criada através deste Projeto de Lei não pode ser uma
comissão normativa.
O Sr. Milton Zuanazzi: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Na forma como está escrito, V. Exa. tem razão, mas a Emenda nº 1 - que
foi requisitada pela douta auditoria da Casa - repara não a palavra normativa
e, sim, a forma como é constituída a comissão. Como remetemos ao Executivo a
constituição dela, ela pode ser normativa, sim, Ver. Luiz Braz, ela tem esta
capacidade porque o Executivo a nomeará. É isso que eu acho que V. Exa.
gostaria, que a Emenda de nº 1...
O SR. LUIZ BRAZ: É a Emenda de nº 2 que diz assim: "Fica autorizado o Poder
Executivo Municipal a criar uma comissão de serviço funerário como órgão
fiscalizador e normativo." Eu ainda continuo acreditando que seja um
excesso: criar a comissão com essas atribuições, não de apenas fiscalizar. Acho
que temos que criar realmente uma comissão para fiscalizar, mas também dar a
ela a atribuição de estabelecer normas. Essa comissão, eu acho que ela estaria,
realmente, se excedendo em suas funções.
A Sra. Maria do Rosário: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Luiz Braz, acredito que é bastante importante o sentido da sua
colocação, mas o sentido que buscamos quando colocamos isso, é que a primeira
tarefa da comissão será fiscalizadora do cumprimento da lei. Essa é a missão da
Comissão. Agora, em questões não previstas pela Lei, qualquer vácuo não
previsto pela Lei, que foro os serviços funerários deverão buscar? Aquela
pessoa que se sentir lesada deverá buscar? A comissão! E, portanto, frente à
realidade, ao cotidiano, ela teria um caráter de regulamentação, que seria
normativo.
O SR. LUIZ BRAZ: Qualquer problema que pudesse surgir com relação à legislação
existente, que viesse a prejudicar alguém, acho que o órgão municipal que
trata, exatamente, do setor de legislação, acho que deveria voltar a esta Casa
para ser discutida qualquer alteração e qualquer norma, que possa existir, e
por isso mesmo ela deve continuar sendo uma Comissão fiscalizadora.
Vimos, também, na Emenda do
Ver. Isaac Ainhorn, que é uma Emenda que procura estabelecer um zoneamento com
relação aos estabelecimento funerários. Essa Emenda coloca uma necessidade de
se dar um distanciamento de 150 metros de um estabelecimento a outro, mas
acontece que, por exemplo, perto de cemitérios, eu não vejo essa necessidade de
estabelecermos essa distância. Por isso, fiz uma Subemenda à Emenda do Ver.
Isaac Ainhorn, dizendo que nas proximidades de cemitérios esse padrão de
distância não seria considerado, e, é claro que, de acordo com o Projeto, muito
embora pareça que a vontade original fosse manter direitos e privilégios
àqueles que já estão no serviço, também somos contrários a que esses
privilégios sejam mantidos. Achamos que todos eles devem ser enquadrados numa
mesma norma.
Há uma discussão, que penso
deva ser feita por este Plenário, que é com relação à proximidade de hospitais.
Já ouvi dizer que as pessoas morrem nos hospitais e por isso deveria haver
serviços funerários perto de hospitais. Ora, a pessoa não vai ao hospital para
morrer e sim para ficar vivo. Não é justo que com esse argumento devamos ter
serviços funerários nas proximidades de hospitais.
O Sr. Milton Zuanazzi: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) V. Exa. está coberto de razão, mas há um destaque à expressão
"uma distância mínima de 150 metros". Basta que a retiremos do texto
e fica resolvida a sua questão. Prejudica a sua Subemenda, que estava correta,
mas como foi destacada pelo próprio Vereador Isaac, essa parte do texto,
liquidaria com o assunto.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib se inscreve e cede o seu tempo a V. Exa., que tem mais
cinco minutos.
O SR. LUIZ BRAZ: É uma honra para mim ter o privilégio desta cedência de um destacado
Vereador e merece todo reconhecimento da nossa Câmara Municipal, até por estar,
neste instante, sendo exaltado por toda sociedade como destaque no campo
político. Muito obrigado, Ver. João Dib.
O Sr. Milton Zuanazzi: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Desculpe, Vereador, eu até questionaria se V. Exa. entendeu o meu
aparte.
O SR. LUIZ BRAZ: Eu entendi, Vereador. Eu acredito que a intenção do Ver. Isaac Ainhorn
é boa, ele não quer que um estabelecimento funerário fique distante um do
outro, porque isso pode prejudicar o próprio serviço que é feito. Muito embora,
um do lado do outro, poderia vir a estabelecer preços menores, mas,
infelizmente essa aglomeração de casas funerárias não favorece aos consumidores
que são obrigados a ir a essas casas funerárias e encontrar mais ou menos o
mesmo padrão de preços.
Uma das coisas que eu gosto
do Projeto da Vera. Maria do Rosário é exatamente poder estabelecer padrões que
possam ser comercializados ao alcance das pessoas que realmente necessitam
deles, porque esse tipo de comércio é um tipo de comércio que atinge a toda uma
população. E, de repente, quando a família se vê instada, de uma hora para
outra, a precisar adquirir o produto, normalmente adquire por um preço
extremamente elevado e fora das condições econômicas que possuem as famílias.
Mas eu ainda sou de opinião de que nós deveríamos manter um distanciamento que
eu não sei se é de 150 metros o ideal, que foi o distanciamento sugerido pelo
Ver. Isaac Ainhorn, mas eu acho que deveríamos estabelecer um certo
distanciamento, respeitando as distâncias dos hospitais, das casas de saúde,
mas retirando essa distância para as proximidades dos cemitérios, porque acho
que ali é que deveria estar esse tipo de comércio. Ali sim, as pessoas que
necessitam desse tipo de comércio devem procurá-lo. Acho que devemos construir,
no entorno dos hospitais, alguma coisa mais alegre, mais bonita, até para
servir de recuperação das pessoas enfermas que se dirigem aos hospitais.
A Sra. Maria do Rosário: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Eu concordo com a Emenda apresentada por V. Exa., mas a proposta do
Ver. Isaac Ainhorn é na Emenda que ele apresentou, que suprime os 150 metros de
distância entre uma da outra. Inclusive, Vereador, por incrível que pareça, é a
própria preocupação que senti nas empresas funerárias. Acho que aqui, nesta
matéria, não temos discordância com as empresas funerárias, quando dizemos que
elas podem permanecer num espaço menor de distância entre si, diferente do que
a lei prevê hoje, mas que devem - nós assim pensamos, talvez, elas não - se
retirar da frente dos hospitais.
O SR. LUIZ BRAZ: Aliás, é uma preocupação que não vi possibilitada através do Projeto,
mas acho que deveríamos retirar exatamente o agente funerário de dentro do
hospital, porque é muito comum a família do moribundo receber a aproximação do
agente funerário, antes de o cidadão deixar este mundo e a sua carcaça ser
destinada ao enterro, a família é obrigada a estabelecer contatos e contratos
com determinadas funerárias, até aproveitando aquele momento de emoção por que
possam os parentes.
Então, não vejo contemplado
no Projeto, mas acho que deveria ser objeto deste Projeto de Lei. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra para discutir o PLCL nº
21/95.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Processo está
muito bem-encaminhado, mas o nosso envolvimento e conhecimento de causa do
excelente trabalho feito pela Comissão de Defesa do Consumidor foi acompanhado
por nós e também por que conhecíamos algumas denúncias que foram feitas a
respeito deste serviço, quase todas elas pertinentes, como maior ou menor grau.
Nós acompanhamos também essa proposta de tentar tirar de dentro dos hospitais
as funerárias. Não vai ser fácil, porque tira o escritório, mas sempre vai ter
formas de burlar este processo, mas, pelo menos pode ser protegido em lei, para
aqueles que se sentirem agredidos, podem-se tomar algumas providências com
relação aos abusos. A outra questão que nós consideramos fundamental é a
criação da comissão da proposta do artigo 4º.
Também concordamos com
algumas preocupações do Ver. Luiz Braz e eu sou daqueles que entendi que, a
rigor, a distância entre um e outro agente funerário não tem grande
importância. Muitas vezes é até mais fácil para quem precisa pesquisar preços,
embora funcione como um cartel, eles dividem entre si o produto que eles estão
usando. Nesse sentido, eu só vim à tribuna porque eu tenho certeza de que, num
segundo momento, nós vamos discutir aqui modificações na Lei que cria o
crematório em Porto Alegre e, desde já, quero dizer que o crematório tem que
ser construído longe dos hospitais, e que a Comissão que vai ser criada por
esse Projeto e o trabalho acumulado pela Comissão neste Processo vai servir de
elemento de consulta, inclusive de instrumentalização da nossa discussão. Eu
vim à tribuna para dar total e restrito apoio à proposta da Comissão da Vera.
Maria do Rosário e seus companheiros.
O Sr. Décio Schauren: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Uma das questões que me preocupa, realmente, é o acesso que as funerárias têm
aos hospitais, sabendo endereços das pessoas que falecem. Hoje à tarde, nós
homenageamos um companheiro da Universidade, Raul Antônio Zeni, que morreu
naquele acidente do pessoal da UFRGS. A família de um dos acidentados que
faleceu, o José Z. Neto, foi procurada pela funerária, quando ainda não sabia
da morte do marido. Chegou o carro da funerária defronte a casa e perguntou:
"Aqui mora José Z. Neto?" A esposa disse: "Sim." O agente
da funerária respondeu: "Morava, porque morreu." Isso não pode
acontecer.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: É algo macabro desse nosso mundo cão! O Ver. Décio
Schauren tem depoimentos que eu acompanhei. Hoje nós vimos a homenagem a uma
daquelas pessoas que faleceu naquele desastre e acompanhei algumas outras
queixas nesse sentido. Alguns ficam sabendo - não é genérico - ficam sabendo
que houve um desastre e vão procurar as famílias antes mesmo de se ter
conhecimento de quem foram as vítimas. Isso é grave, mas também é um problema
cultural, um problema ético que não se vai resolver só pela lei. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, está encerrada a discussão do PLCL nº 21/95. Em
votação. (Pausa.) Encaminha a Vera. Maria do Rosário pela Bancada do PT.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Vereadoras, esse
Projeto é fruto de um trabalho articulado pela Comissão de Direitos Humanos e
Defesa do Consumidor, um trabalho construído coletivamente e, sem dúvida
alguma, mais do que o mérito dos Vereadores desta Casa na composição do
Projeto, denúncias como a que o Ver. Décio Schauren nos trouxe no dia de hoje,
em aparte ao Ver. Clovis Ilgenfritz, fizeram com que a Câmara Municipal de
Porto Alegre se mobilizasse e buscasse atender à população da nossa Cidade
naqueles momentos em que a população mais sofre. É no momento de perda e de dor
que os cidadãos de Porto Alegre sentem-se abandonados.
É impossível ler este
Projeto, que busca articular, de uma forma diferente da que existe hoje no
serviço funerário em nosso Município, em separado do Relatório produzido pela
Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor. Esse Relatório foi
realizado em mais de três meses de trabalho em audiências públicas com a
presença do Ministério Público, das empresas funerárias; de representantes dos
cemitérios, em alguns momentos, especialmente agora nos últimos dias, de
representantes de hospitais, e dos cidadãos de nossa Cidade. Esse Relatório
traz uma série de denúncias de pessoas que vivenciaram momentos de perda, e,
nesses momentos, sentiram-se exploradas, especialmente por convênios
absolutamente irregulares, funcionando dentro dos hospitais.
Respondo aos Vereadores
Décio Schauren, Clovis Ilgenfritz e Luiz Braz que trataram aqui da tribuna,
inclusive da questão dos preços, dos altos valores, do número de pessoas que se
encontram no Serviço de Proteção ao Crédito, por não conseguirem pagar os
funerais de seus familiares, em convênios absolutamente irregulares, inclusive
pela Legislação atual que já não permite a presença dos estabelecimentos
funerários dentro das casas de saúde, onde são realizados, entre funerários e
hospitais, por altos valores. Muitos hospitais da nossa Cidade mantêm esse
convênio, apesar de o Ministério Público ter, no ano de 1993, já indicado aos
serviços hospitalares que esses convênios eram absolutamente irregulares.
O resultado do nosso
trabalho na Comissão de Direitos Humanos foi justamente tratarmos a questão do
serviço funerário na perspectiva dos direitos humanos, Ver. Lauro Hagemann, pois
esse se configura num serviço essencial a que todos nós, num determinado
momento, precisamos, e que, se a população se sente abandonada neste momento, é
tarefa do legislador e do Poder Público regularizar essa situação, prevendo
medidas de proteção a esse cidadão. Que não funcionem serviços funerários
dentro de casas de saúde e hospitais, e que essas casas sejam de saúde, de
bem-estar, de promoção humana, e não casas de mortes. Que o contato com os
familiares seja feito não pelas funerárias, que hoje assumem uma tarefa além
das que deveriam, mas que seja feito por programas assistenciais dos próprios
hospitais, que são responsáveis pelos seus pacientes e pelo desfecho, quando da
perda de um paciente dentro da organização hospitalar.
Estamos prevendo dois padrões
básicos de serviços funerários dentro de Porto Alegre. As funerárias poderão
ter quantos serviços quiserem, mas dois serviços básicos serão obrigatórios
para que nenhum cidadão seja lesado, do ponto de vista econômico, no serviço
funerário. Estamos, a exemplo de Florianópolis, Curitiba, São Paulo e Belo
Horizonte, constituindo um serviço funerário articulado, e que não seja mais
uma lei para as funerárias, outra para os cemitérios, outra para os programas
hospitalares. Nesse serviço articulado cada um assumirá a sua responsabilidade,
assim como nós, ouvindo a Cidade de Porto Alegre, estamos cumprindo a nossa
responsabilidade.
No geral, as emendas foram
discutidas no conjunto das comissões. Quanto à Emenda nº 13, que retira a
obrigatoriedade da renovação anual de alvarás, sou contrária, na medida em que
é justamente essa renovação que garante a maior fiscalização pela população e
pelo poder público. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos. Em votação o PLCL nº 21/95. Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos à votação da
expressão "e normativo", constante do "caput" do art. 4º do
PLCL nº 21/95, destacada por solicitação do Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Solicito votação nominal, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: (Após a chamada.) REJEITADA
a expressão "e normativo", constante do "caput" do art. 4º
do PLCL nº 21/95 por 16 votos SIM e
11 votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 19
destacada. O autor do destaque é o Ver. Milton Zuanazzi. Informamos aos
ilustres Vereadores que, aprovada a Emenda nº 19, ficam prejudicadas as Emendas
nºs 05, 12 e 14 e a Emenda nº 09, parcialmente.
Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA
a Emenda nº 19 ao PLCL nº 21/95 com o voto contrário do Ver. Edi Morelli.
Em votação as Emendas nºs
01, 02, 03, 04, 06, 07, 08, 09 e 10 ao PLCL nº 21/95. Os Srs. Vereadores que as
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS
as Emendas nºs 01, 02, 03, 04, 06, 07, 08, 10 e 09 (em sua parte não
prejudicada).
Em votação a Emenda nº 11,
de autoria do Ver. Edi Morelli. O Ver. Paulo Brum solicita votação nominal.
(Após a chamada.) APROVADA a Emenda
nº 11 ao PLCL nº 21/95 por 23 votos SIM,
02 votos NÃO E 02 ABSTENÇÕES.
Em votação a Emenda nº 13 ao
PLCL nº 21/95. (Pausa.) O Ver. Milton Zuanazzi está com a palavra para
encaminhar.
O SR. MILTON ZUANAZZI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho certeza de
que o nobre Ver. Edi Morelli está eivado de boas intenções com a sua Emenda, mas
ele prejudica absolutamente o nosso Projeto. É a única a qual coloco objeção.
Dentro dos debates que fizemos - e foram vários - chegamos à conclusão de que a
SMIC não fiscaliza absolutamente nada. Ninguém sabe quem é o dono do alvará,
quem foi o dono do alvará ou quem virá a ser o dono do alvará, se são realmente
38 funerárias que estão autorizadas, na Cidade de Porto Alegre, a prestar
serviços.
Então, a Emenda do Ver. Edi
Morelli tira uma única palavra: "anualidade". Estamos pedindo a
rejeição dessa Emenda para que, anualmente, esses alvarás sejam renovados; não
há forma mais tranqüila de controle do que essa. Não é perseguição. É saber
apenas se está ocorrendo migração desses alvarás, porque essas denúncias foram
feitas. Não estamos inventando... O Ver. Edi Morelli sabe disso, porque
acompanhou todos os debates; foi representante da Comissão e que nunca faltou.
Então, para não termos esse
tipo de problema, esses alvarás serão renovados anualmente. Isso facilitará a
ação da fiscalização e resolverá um problema bastante grande. Assim, encaminho
no sentido de que V. Exas. votem contra a Emenda nº 13. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, vamos adotar a seguinte prática: neste momento, não
caberiam encaminhamentos, eis que as Emendas não foram destacadas, mas, houve o
encaminhamento do Ver. Milton Zuanazzi, vamos permitir o encaminhamento do Ver.
Edi Morelli, para que não se cometam parcialidades.
O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Decisão sábia e inteligente do nosso
Presidente.
Ver. Milton Zuanazzi, quando
V. Exa. diz que a SMIC não fiscaliza nada, concordo com V.Exa. Mas, aprovamos,
minutos atrás, neste Plenário, algo que também não vai funcionar. Segundo V.
Exa., essa Comissão Fiscalizadora não vai funcionar. Para que se votou a
constituição de uma Comissão? É para fiscalizar o que a SMIC não fiscaliza.
Agora, nós, Ver. Milton Zuanazzi, se aprovarmos o Projeto, derrubando, não
aprovando essa Emenda, eles entrarão na Justiça e ganharão, Vereador, eles têm
direito adquirido, que está na Constituição Federal, isso ninguém tira. O que
nós queremos aqui, e para isso votamos para ser criada, é uma comissão que irá
fiscalizar o trabalho das funerárias. Que V. Exa. diga que a SMIC não fiscaliza
nada, concordo plenamente, a única coisa que faz é agredir camelô no centro,
nisso eles são especialistas, agora, não posso pré-julgar uma comissão que
acabamos de votar neste Plenário, a instalação de uma comissão fiscalizadora e,
antecipadamente, dizer que tem que renovar anualmente os alvarás porque ninguém
fiscaliza.
Essa comissão que irá ser
instalada, já será instalada derrotada, na opinião do nobre Vereador-Presidente
da CEDECON Ver. Milton Zuanazzi. Repito: - acho que estou falando uma língua
diferente - acabamos de votar a criação de uma comissão fiscalizadora; por que
tenho que votar alguma coisa porque não é fiscalizado, se essa comissão é para
fiscalizar? Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a Mesa se caracteriza pela
imparcialidade e, portanto, tendo os Vereadores Mílton Zuanazzi e Edi Morelli
feito encaminhamento, parece-me perfeitamente justo, adequado - e para que não
haja problemas futuros - que tanto a Vera. Maria do Rosário quanto o Ver. João
Dib, que têm interesse no encaminhamento, possam fazer o seu pronunciamento,
senão, teríamos uma parcialidade, o que não é a marca dessa Mesa.
O SR. PRESIDENTE: A Presidência recebe e aceita os seus argumentos. O Ver. João Dib está
com a palavra para encaminhar a Emenda nº 13 ao PLCL nº 21/95.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu dizia que essa matéria está sendo
votada com muita pressa. É um assunto da mais alta relevância. Não podemos, de
forma nenhuma, cassar o alvará de alguém, a não ser que ele tenha cometido uma
terrível infração. O que se deve pedir - e isso está acontecendo sem que seja
pedido - é que a taxa de licenciamento seja paga anualmente, mas o alvará não
pode ser tirado sem mais nem menos. Não há de ser uma lei feita na Câmara que
vai possibilitar que se tire o alvará. Essa Emenda deve ser negada. A
Prefeitura vai continuar cobrando a taxa de licenciamento, com isso ela tem o
controle do que está acontecendo. Anualmente, a Prefeitura, como gosta muito de
dinheiro arrecada tudo o que pode, está cobrando uma taxa de licenciamento do
alvará, que é permanente. Essa de renovar o alvará de funcionamento não está
valendo.
A idéia pode ser até muito
boa, mas a redação está muito ruim, por isso eu disse que tinha que ter muito
mais tempo para discutir. Essa Emenda deve ser rejeitada. Colocou muito bem o
Ver. Edi Morelli. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está com a palavra para encaminhar a Emenda
nº 13 ao PLCL nº 21/95.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o sentido desta
proposição do Projeto de renovação anual do alvará é, justamente, o de
garantirmos que permanentemente teremos um processo de fiscalização do serviço
funerário. O Projeto de Lei que estamos apreciando prevê que no caso de as
empresas funerárias terem realizado o descumprimento da lei se estabelecendo
dentro dos hospitais após o prazo permitido no Projeto, de um ano, permanecerem
na frente dos hospitais, se essas empresas mantiverem a relação que têm com o
conjunto da nossa população, que, em nosso modo de ver, grande parte é uma
relação de exploração, se essa relação se mantiver, a Prefeitura atuará, no
primeiro momento, com uma multa, em caso de reincidência com o dobro da multa
e, em caso de terceira infração, no momento da renovação anual do alvará, esta
não será concedida.
Então, o objetivo claro do
Projeto é permitir à Comissão que tenha a possibilidade de fiscalizar pelo
instrumento da renovação anual. Vejam, Srs. Vereadores, o Ver. João Dib fala da
impossibilidade de cassar o alvará. Há pouco tempo nós aprovamos nesta Casa uma
legislação com relação às casas, aos motéis, aos hotéis, regulamentando o
artigo 82, do Estatuto da Criança e do Adolescente, prevendo a cassação do alvará
dessas casas onde estiverem crianças, adolescentes sendo violentados,
prostituídos, vítimas da exploração sexual. Esta Casa tem o poder, sim, de
deliberar que a Prefeitura entregue o alvará de funcionamento para uma empresa
para que ela cumpra determinadas regras. E se ela não cumpre aquelas regras de
funcionamento do serviço, se ela não cumpre a normatização prevista na lei,
nesses serviços, ela deixará de ter o alvará.
Então, o que nós estamos
propondo em nossa legislação, é um instrumento de fiscalização, um poder a mais
para a Prefeitura a ser exercido, sim, pela Comissão, na medida em que foi
colocado no artigo 7º que são obrigações das empresas funerárias solicitar,
anualmente, a renovação dos seus respectivos alvarás de funcionamento, ou por
ocasião de mudança de endereço do estabelecimento. Isso também, Srs.
Vereadores, é para se evitar aquele mercado de alvará, de ter um alvará aqui e
passar adiante este alvará, para que outra empresa seja aberta, ganhar recursos
com esse alvará de funcionamento, sem que a Prefeitura tenha conhecimento da
forma com que esse serviço está colocado. Então, a partir das denúncias da
população poderemos ver se essa empresa foi denunciada naquele ano, e
fiscalizarmos no momento da renovação do alvará.
Então, digo tranqüilamente:
se não mantivermos no texto essa renovação anual do alvará, considerando esse
serviço como serviço essencial e que precisa ser fiscalizado, rotineiramente, e
anualmente no mínimo, não adianta votarmos esse Projeto; aí votamos o Projeto,
e quando chega na hora de darmos o instrumento para a Prefeitura e para a
Comissão, verdadeiramente, fiscalizar o trabalho, aí nós não damos, nos
posicionamos ao lado da manutenção da coisa como está, que funcionem as
empresas como estão sem nenhuma regra. Então, Srs. Vereadores, apelo aos
Senhores, que se mantenha no texto esse estudo que a Comissão fez, porque é a
forma possível de fiscalização, do contrário a nossa Câmara pode ser acusada de
estar votando o Projeto, retirando aspectos essenciais dele, que dão poderes ao
poder público de fazerem a fiscalização, no mínimo, anualmente. E, é por isso,
Srs. Vereadores, que peço que votemos contrariamente à Emenda do Ver. Edi
Morelli, porque essa Emenda não beneficia a fiscalização dos serviços
funerários em Porto Alegre. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Eu sou criterioso, e eu não tenho a Emenda
nº 13. Eu não tinha a Emenda 13, e eu quero dizer que sou favorável à Emenda
13.
O SR. PRESIDENTE (Geraldo de Matos Filho): A Emenda 13 diz o seguinte,
Vereador: "Modifica-se a redação do inciso 1º do artigo 7º do PLCL nº
21/95, Proc. nº 1896/95 como segue: 1 - solicitar a renovação de seus
respectivos alvarás de funcionamento, por ocasião da mudança de endereço do
estabelecimento ou alteração da denominação social".
O SR. PRESIDENTE (Airto Ferronato): Em votação a Emenda nº 13 ao PLCL nº 21/95. O
Ver. Edi Morelli solicita votação nominal. (Após a chamada.) REJEITADA a Emenda nº 13 ao PLCL nº
21/95 por 07 votos SIM, 17 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Em votação a Emenda nº 15 ao
PLCL nº 21/95. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 16 ao
PLCL nº 21/95. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 17 ao
PLCL nº 21/95. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 18 ao
PLCL nº 21/95. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 19 ao
PLCL nº 21/95. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
A Emenda nº 20 ao PLCL nº
21/95 foi retirada.
Em votação a Emenda nº 21 ao
PLCL nº 21/95. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA contra o voto do Ver. Edi
Morelli.
Em votação a expressão
"a uma distância mínima de 150 metros de outro seu congênere" à
Emenda nº 21 ao PLCL nº 21/95, destacada por solicitação do Ver. Isaac Ainhorn.
Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA a expressão "a uma
distância mínima de 150 metros de outro seu congênere" à Emenda nº 21 ao
PLCL nº 21/95.
Está prejudicada a Subemenda
nº 01 à Emenda nº 21 ao PLCL nº 21/95.
Em votação a Emenda nº 22 ao
PLCL nº 21/95. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 23 ao
PLCL nº 21/95. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
O SR. MILTON ZUANAZZI (Requerimento): Para que a Redação Final do
PLCL nº 21/95 venha a Plenário para ser votada, por causa das Emendas que são
muitas.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. ( Pausa.) APROVADO.
PROC. 1829/95 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 18/95, de autoria do Ver. Darci Campani, que cria o Conselho Municipal de Agricultura e Abastecimento. (CMAA).
PARECERES:
- da CCJ. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela rejeição do Projeto;
- da CEFOR: Relator Ver. Artur Zanella: pela provação do Projeto;
- da CEDECONDH: Relator Ver. Milton Zuanazzi: pela aprovação do Projeto.
Obs.:
- incluído na
Ordem do Dia nos termos do Art. 81 da LOM;
- para aprovação,
voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, §1º, I, da
LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCL nº 18/95. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com votos contrários dos Vereadores João Dib, Edi Morelli,
Dilamar Machado e Wilton Araújo.
PROC. 1980/95 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 009/95, que dispõe sobre o Conselho
Municipal de Ciência e Tecnologia de Porto Alegre – CPMCET. Com emendas nºs 01, 02 e 03 – URGÊNCIA.
PARECERES:
- da CCJ.
Relator Ver. Elói Guimarães.: pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR.
Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01,
02 e 03;
PARECER
CONJUNTO:
- da CCJ,
CEDECONDH, CUTHAB, CECE e COSMAN.
Relator-Geral Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação do Projeto pela rejeição das
Emendas nºs 01, 02 e 03.
Obs.:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, I, da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCE nº 009/95. O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra
para discutir.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esse Projeto do
Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia já existe há cinco anos, nesta Casa.
Eu quero enfatizar uma coisa, que já foi enfatizada aqui, quando da reunião
conjunta das Comissões. Esse Projeto é fruto de uma longa negociação com as
entidades interessadas. Nós arrolamos, aqui, em audiência pública, em reuniões
abertas, 32 entidades que ajudaram a discutir esse Processo.
O Ver. Antonio Hohlfeldt
apôs, na Comissão de Finanças, três Emendas. Duas delas, alterando a composição
do Conselho, e uma terceira, dizendo que a conferência deva ser realizada no
primeiro semestre de 96. Eu tive a ousadia de rejeitar as três Emendas. As duas
primeiras, porque não obedecem aquela sistemática, que foi discutida conjuntamente.
A terceira, até reviso a posição e abro à vontade da Casa, que se quiser
aprová-la, não há objeção, mas ela também foi fruto da discussão, porque o
seminário e as reuniões decidiram que a conferência Municipal de Ciência e
Tecnologia seria realizada no ano de 1996, sem fixar um período, porque isso
não criava o constrangimento de fazer no primeiro ou no segundo semestre. Mas,
se os companheiros aprovarem a Emenda nº 03, do Ver. Antonio Hohlfeldt, estão
liberados. Eu, pessoalmente, vou continuar seguindo a orientação do Plenário,
que discutiu esse Projeto, e vou votar pela rejeição da Emenda nº 3. Mas os
companheiros Vereadores estão liberados para aprová-la, se quiserem, por uma
questão muito singela: o Projeto todo foi fruto de uma ampla discussão, quatro
sessões neste Plenário com a presença de 32 representações, inclusive as
universidades, a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado, o Dr. Francis
esteve aqui; as entidades, a Fundação de Pesquisa do Estado, todo mundo
discutiu amplamente. O Projeto não tem vício de origem, porque foi o Executivo
que recolheu as contribuições e transformou em um projeto dele.
O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) V. Exa. não poderia citar a Emenda nº 3?
O SR. LAURO HAGEMANN: A Emenda nº 3, do Ver. Antonio Hohlfeldt, diz que a
Conferência Municipal de Tecnologia deve ser realizada no primeiro semestre de
1996. O Projeto diz que deve ser realizada no ano de 1996, sem fixar aquele
prazo. Essa é a diferença. Mas a Casa está liberada para aprovar, se quiser, a
Emenda nº 3. Eu prefiro continuar seguindo a orientação das reuniões que aqui
se realizaram, que preconiza que a Conferência seja no ano de 1996. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação o PLCE nº 009/95. O Ver. Guilherme
Barbosa está com a palavra para encaminhar.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores; Engenheiro Vicente
Rauber, Assessor do Prefeito; Engenheiro Roberto Knijnik, que discute esse assunto.
Este é um Projeto quer nos dá muita satisfação fazer o seu encaminhamento,
tanto pelo tema em si quanto pela importância da ciência e tecnologia na vida
de todos nós e pela forma com que este Projeto que o Executivo encaminhou à
Casa foi construído.
Originalmente, trazido à
Casa por um Projeto do Ver. Lauro Hagemann, depois este Vereador apresentou um
Substitutivo e, através de reuniões com muita amplitude na convocação e na
presença, se construiu este Projeto que estamos votando neste momento.
Então, não é mais um Projeto
do Ver. Lauro Hagemann, não é apenas um Projeto do Ver. Guilherme Barbosa e não
é apenas um Projeto do Executivo. É um Projeto de todos estes Vereadores e do
poder municipal, mas também de toda uma ampla participação que, em quatro ocasiões,
no Plenário desta Casa, se debateu e se encaminhou nesse processo. Com relação
às Emendas, do Ver. Antonio Hohlfeldt, posicionamo-nos de forma semelhante ao
do Ver. Lauro Hagemann. Nós somos contra as Emendas 01 e 02, porque elas
desconfiguram tudo aquilo que se construiu no processo já falado. A terceira
Emenda, no entanto, nós achamos que é possível votar a favor, porque ela dá
apenas uma precisão no tempo da ocorrência dessa Conferência Municipal de
Ciência e Tecnologia.
Então, se tivéssemos a
autoridade política diríamos que, liberamos todos os colegas Vereadores a votar
a favor da terceira Emenda, mas pedimos que votem contra as Emendas 01 e 02,
porque elas vão contra tudo aquilo que se construiu neste processo amplamente
democrático. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o PLCE nº
09/95.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quase que, ao
apagar das luzes deste ano Legislativo, nós estamos aqui votando esta matéria
importantíssima, que é a constituição do Conselho Municipal de Ciência e
Tecnologia de Porto Alegre. De tal sorte têm sido as nossas discussões nos
últimos dias, que eu venho à Tribuna para me fixar, com objetividade, nas duas
Emendas cuja não-aprovação é solicitada, da tribuna, pelo ilustre Ver.
Guilherme Barbosa.
A Emenda nº 1, de autoria do
Ver. Antonio Hohlfeldt, estabelece que o artigo 2º passará a ter a seguinte
redação: (Lê.) A proposta originária que se quer emendar estabelece, no artigo
2º, que serão sete representantes titulares e seus respectivos suplentes.
Acredito ser a mais profunda transformação que o Projeto de Lei estabelece, à
medida que no item 5º, que falava de treze representantes titulares da
sociedade civil organizada, passando, o 5º, com a nova redação, para um
representante. Basicamente, parece-me que a grande alteração dessa Emenda é a
redução dos integrantes da Comissão do Conselho de Ciência e Tecnologia. Com
essa impressão, eu quero ficar coerente com o Parecer que ofereci na Comissão
de Justiça que dá, não só pela legalidade dessa matéria, mas sobretudo por
guardar coerência até com as Comissões que a unanimidade aprovou, ainda que em
alguns casos, com restrições às três Emendas sugeridas.
Eu lamento, tão-somente, Sr.
Presidente, que o Ver. Antonio Hohlfeldt, autor dessas três Emendas, não esteja
presente, neste momento, porque teria melhores condições de sustentar a
eficácia dessas Emendas, até porque, a primeira vista, eu não vejo motivos para
não aprová-las. Entretanto, soa da tribuna, pelo Ver. Guilherme Barbosa, não
fazê-lo, restringindo a sua recomendação à aprovação da Emenda nº 3.
Como nós ainda temos alguma
expectativa da presença do Ver. Antonio Hohlfeldt, quero apenas lamentar que
nós estejamos votando essa matéria tão importante e com algum tipo de dúvida no
encaminhamento, que não quero debitar às circunstâncias naturais de fim de ano
legislativo, até porque tenho que reconhecer que hoje vivemos um dia
completamente atípico aqui, na Casa. Mas, em princípio, não me parece que as
Emendas, cuja aprovação foi recomendada pelas Comissões que as analisaram,
apresentem algum tipo de prejuízo de tal monta que ponha em cheque o excelente
trabalho realizado exaustivamente por vários companheiros da Casa, dos quais se
destacaram o Ver. Lauro Hagemann e o Ver. Guilherme Barbosa. Acho que a
aprovação dessas Emendas não acarretará em transformações tão profundas que
prejudiquem ou comprometam o objetivo final do Projeto de Lei, agasalhado pelo
Executivo, mas que todos nós sabemos que decorreu de um trabalho feito por este
Legislativo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos. Em votação o PLCE nº 09/95. Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com a abstenção do Ver. João Dib.
Passamos à votação da Emenda
nº 01, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, informando que há necessidade de
maioria absoluta. Os Srs. Vereadores que aprovam a Emenda nº 01 ao PLCE nº
09/95 permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA.
O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Peço verificação de votação da Emenda nº 01 ao PLCE
nº 09/95.
O SR. PRESIDENTE: Vamos votar a Emenda nº 01 em processo de verificação de votação. (Após
a chamada.) REJEITADA a Emenda nº 01
ao PLCE nº 09/95 por 06 votos SIM, 16
votos NÃO e 09 ABSTENÇÕES.
Estão suspensos os
trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h49min.)
O SR. PRESIDENTE (às 17h50min): Estão reabertos os trabalhos. Em votação a Emenda
nº 02 ao PLCE nº 09/95. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) REJEITADA.
Em votação a Emenda nº 03 ao
PLCE nº 09/95. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA.
O SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Solicito a verificação de
votação da Emenda nº 03.
O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): Uma pergunta, por gentileza. Necessitam-se
17 votos para a aprovação?
O SR. PRESIDENTE: Sim.
O SR. EDI MORELLI: Satisfeito.
O SR. PRESIDENTE: Vamos votar a Emenda nº 03 em processo de verificação de votação.
(Após a chamada.) APROVADA a Emenda
nº 03 ao PLCE nº 09/95 por 20 votos SIM,
06 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES.
PROC. 1340/94 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 83/94, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que autoriza o
Poder Executivo a implantar uma pista na Av. Loureiro da Silva, denominando-a
“Ciclovia da Integração”, e dá outras providências.
PARECERES:
- da CCJ.
Relator Ver. José Gomes: pela rejeição do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Mário Fraga:
pela aprovação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Geraldo de
Matos Filho: pela aprovação do Projeto;
-
da COSMAM. Relator Ver. Pedro
Américo Leal: pela aprovação do Projeto.
Obs.:
- adiada a discussão por
duas Sessões.
O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Jocelin Azambuja,
solicitando seja adiada a discussão do PLL nº 83/94 por uma Sessão.
Em votação o Requerimento.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 0977/95 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 34/95, de autoria do Ver.
Guilherme Barbosa, que responsabiliza o Departamento Municipal de Água e
Esgotos – DMAE, pela manutenção e ampliação do sistema de hidrantes.
PARECER:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela rejeição do Projeto.
Obs.:
- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 34/95. (Pausa.) O Ver. Artur Zanella está com a
palavra para discutir.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu fui testemunha
ocular do incêndio das Lojas Renner, em 1975 ou 1976, junto com o então
Prefeito Guilherme Socias Villela, no Edifício Terusquin. Nós assistimos àquele
incêndio. Era Secretário de Obras, na época, o Dr. Jorge Englert e, depois
daquela oportunidade, se verificou que os hidrantes de Porto Alegre não tinham
manutenção. Então, o Prefeito Guilherme Socias Villela fez uma campanha
coordenada pela agência do Sr. Raul Moreau para doação de hidrante. Foram
doados uma série de hidrantes e provavelmente, hoje, estejam estragados ou
coisa que o valha.
Eu fecho totalmente com o
parecer prévio da Auditoria que diz que é da atribuição do DMAE a conservação e
ampliação do sistema de hidrantes. Termina a Auditoria dizendo que não há
legalidade na proposição no que respeita à iniciativa e também aumenta
tributos, artigo 3º, conflitando com o art. 150, inciso III, alínea b, da
Constituição Federal. A Auditoria tem toda razão, o Projeto do Ver. Guilherme é
inconstitucional pelo vício de origem e também porque aumenta tributos na
tarifa. Então, entre o salvamento de uma vida, entre a manutenção dos
hidrômetros de Porto Alegre, duas ilegalidades e duas inconstitucionalidades;
eu voto a favor da conservação da vida e da conservação dos hidrantes.
O meu voto é a favor do
Projeto do Ver. Guilherme Barbosa e, se alguém for contra, que entre na
Justiça, que Porto Alegre vai saber quem é a favor de uma legalidade criada por
leis e quem é a favor do salvamento da vida humana. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Geraldo de Matos Filho): O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para discutir o PLL nº 34/95.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. O Projeto de Lei
do Legislativo nº 34/95, que responsabiliza o Departamento Municipal de Água e
Esgotos pela manutenção e ampliação do sistema de hidrantes, chega à votação,
por força do art. 81, com um único parecer. Esse parecer é de nossa autoria, já
que examinamos a matéria na Comissão de Constituição e Justiça, oportunidade em
que tivemos o ensejo de lançar o seguinte parecer: (Lê.) "A douta
Auditoria da Casa, em Parecer Prévio, opina pela ilegalidade da proposição, eis
que esta atribui responsabilidade à autarquia municipal do DMAE, incorrendo na
vedação do art. 94, inc. VII, 1. C, da Lei Orgânica, no que respeita à
iniciativa.
De outro lado e ainda no
Parecer referido, sustenta a Auditoria que a proposição aumenta o tributo -
art. 3º - conflitando com o art. 150, inc. II, alínea B, da Constituição
Federal.
O ilustre Ver. Guilherme
Barbosa, em manifestação de fl. 6 v., busca ilidir as ilegalidades
referenciadas pela Diretoria. No nosso entendimento, não logrou êxito.
Assim, inclino-me por adotar
as posições do Parecer Prévio e, nessa linha, opino pela rejeição, eis que a
iniciativa é ilegal, inorgânica e Inconstitucional."
Esse é o Parecer, Sr.
Presidente, que pede a rejeição. Por razões diversas, esse Parecer, que foi
prolatado em 29 de julho de 1995, não mereceu, de nenhuma outra Comissão,
nenhum exame.
Evidentemente, Sr.
Presidente, que é absolutamente desnecessário que eu saliente à Casa que o
nosso Parecer, na Comissão de Justiça, tem que levar em consideração exatamente
os aspectos da legalidade, da constitucionalidade. Agora mesmo o ilustre Ver.
Artur Zanella, que me antecedeu, declara, peremptoriamente, que sabe haver duas
ilegalidades e que quer cometê-las, provocando até mesmo, de quem estiver em
discordância com o Projeto de Lei uma vez ele seja aprovado, a busca, na
Justiça da reparação. Ora, Sr. Presidente, não posso concordar com o eminente
colega à medida em que podemos, em alguns casos, ter dúvidas quanto à
legalidade, e corrermos o risco, mas não afrontarmos a ordem constituída
dizendo que estamos convencidos de que estamos praticando duas ilegalidades e
que quem não gostar que reclame de quem puder, que vá à Justiça buscar essa
alteração.
Quero, neste instante - e
não antes, porque antes não me era possível fazê-lo: na Comissão de
Constituição e Justiça eu não podia adentrar ao mérito - estender algumas
considerações relativamente ao mérito da proposição, que estabelece já na sua
Ementa a responsabilidade do DMAE pela manutenção e ampliação do sistema de
hidrantes. Pergunto ao Ver. Elói Guimarães, que é servidor do Município de
longa data, hoje já usufruindo uma justíssima aposentadoria: quem até hoje foi
responsável pelos hidrantes em Porto Alegre e pela manutenção desses hidrantes?
Ver. Guilherme Barbosa, V. Exa. foi Diretor do DMAE, posso estar cometendo
algum equívoco, mas segundo me consta, essa responsabilidade, independente de
lei, sempre foi do DMAE, e para tanto não se exigiu nenhuma nova contrapartida
em termos de pagamento de tributos.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Reginaldo Pujol, o Ver. Edi Morelli se inscreve e cede o seu
tempo a V. Exa. com a concordância do Ver. Guilherme Barbosa e da Vera. Maria
do Rosário.
O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço ao Ver. Edi Morelli pela cedência do seu
tempo. Quero deixar claro que a minha preocupação quanto ao mérito reside
exatamente no artigo 3º. (Lê.) "O valor do preço básico da água será
majorado em 0,8% durante o prazo determinado pelo artigo 1º, que o DMAE fará
colocação e recolocação de hidrantes e o reforço e extensão de rede de água
necessário, segundo legislação vigente."
Primeiro diz que após vinte
e quatro meses depois da publicação desta lei ficará definitivamente
responsabilizado o Departamento Municipal de Água e Esgotos - DMAE - pela
manutenção e ampliação do sistema de hidrantes em Porto Alegre. O que me leva a
concluir que a vigência desse “plus” de 0,8 será durante esses vinte e quatro
meses. É evidente, Sr. Presidente, que não faltará a nenhum dos integrantes da
Casa a sensibilidade de dizer que este valor tão ínfimo, tão pequeno, 0,8 do
valor da conta do consumo mensal do usuário do serviço do DMAE é tão pequeno
que não deve, de maneira nenhuma, ser motivo de preocupação dos integrantes
desta Casa. Acrescer 0,8 numa conta média de, digamos, dez ou quinze reais, não
vai ter a menor repercussão no orçamento da pessoa que irá pagá-la. Eu não
tenho essa convicção tão forte assim, Sr. Presidente.
Eu observo que a Casa, com
freqüência, se coloca frente a vários projetos de lei que querem isentar do
pagamento de água pessoas que ganham até dois ou três salários mínimos, aqueles
que estão na faixa maior de miserabilidade, ou seja, que ganham um salário
mínimo, vou mais longe, aqueles que estão desempregados, parece até que tramita
alguma coisa na Casa deste tipo. Ora, Sr. Presidente, se estamos de um lado,
desesperadamente, procurando desonerar de um tributo, um pagamento de uma taxa,
um largo segmento da comunidade usuária do serviço de água, porque esta se
encontra, no estado da mais absoluta miserabilidade, e quando assim agimos,
agimos inadequadamente, porque não é da nossa competência promover essa
isenção, e insistimos em fazê-lo; não seremos nós que temos dificuldades em não
acompanhar esses projetos que tentam dar esse benefício de isenção aos vários
segmentos dos excluídos do processo econômico desta Cidade, não seremos nós que
não conseguimos isentá-los, que agora iremos acrescê-los, ainda que seja, como
se coloca na Justificativa, um valor pequeníssimo. Ora, se o valor é tão
pequeno ele pode ser suportado pelo DMAE na sua tarifa normal, é o que vem
ocorrendo até o presente momento.
Agora, o que é pequeno para
o grande, o que é pequeno para V. Exa., Ver. Edi Morelli, 0,8% da sua tarifa de
água não vai-lhe criar maiores dificuldades, nem a mim também, nem ao Ver.
Brum, mas não sei se àqueles excluídos, àqueles que nós desesperadamente
queremos vê-los isentos, inclusive, do pagamento da tarifa, se a esses que não
conseguimos isentar, se a eles é lícito acrescentarmos mais esta ínfima
parcela, que ao longo de 24 vezes, será acrescida de um percentual que não será
mais os modestos 0,8% em 24 vezes; 0,8% representa vinte e tantos por cento de
uma tarifa normal, pelo menos em um dos meses.
Por isso, Sr. Presidente,
quero dizer que o meu voto não é, eminentemente, legalista, teria razão para
tanto, mas acho que isso não seria suficiente para não ficar no dualismo em que
nos colocou o Ver. Artur Zanella, de sermos pela ilegalidade ou pela vida, acho
que no momento estou me posicionando pelo bolso daqueles que não têm sequer
condições de pagarem a tarifa normal e muito menos aquelas que serão acrescidas
de taxa, que hoje, são de 0,8%, e que, com base no precedente, amanhã poderão
ir crescendo para tantas outras tarefas meritórias que o poder público precisa
fazer e para o qual haverá de ter apelo na defesa da vida, que é um bem que
todos nós temos que preservar.
Como o bolso do trabalhador
lhe dá o alimento e aquelas condições de sobrevivência, é na vida, desde já,
tão calejado e judiado, excluído do processo, que eu me posiciono nessa hora.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir o PLL nº
34/95.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, não sou advogado
mas, inicialmente, vou tentar discutir um pouco a questão da
inconstitucionalidade e da ilegalidade do Projeto. O artigo 150, da
Constituição Federal, Ver. Reginaldo Pujol, diz: "É vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, no inciso III, cobrar
tributos". E abre duas letras: "a) em relação a fatos geradores
ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou
aumentado." Não é o caso. "b: no mesmo exercício financeiro em que
haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou". Também não é o
caso, Ver. Reginaldo Pujol, além do que caberia uma discussão técnica. Nós não
estamos falando em tributo; estamos falando em tarifas. Como explicar, então,
que a tarifa do ônibus é reajustada? Como explicar, então, Ver. Pedro Américo
Leal, que o próprio DMAE, no tempo de inflação alta, reajustava sua tarifa todo
mês? Tarifa não é tributo. Há um erro técnico aí que liquida a argumentação da
inconstitucionalidade.
Com relação à Lei Orgânica,
que foi citada, no artigo nº 94, das atribuições do Prefeito "Compete
privativamente ao Prefeito..." no item citado pela auditoria, item 7,
"... promover a iniciativa de Projetos de Lei, que dispõe sobre:
“...Então, privativamente ao Prefeito. E letra C, que é a letra citada final.
"Criação e estruturação de Secretarias e Órgãos da Administração
Pública." Criação e estruturação de Secretarias e Órgãos da Administração
Pública. Ora, Ver. Paulo Brum, meu Projeto nem cria, nem estrutura órgão
público nenhum. O que ele dá sim, é verdade, é uma nova atribuição ao
Departamento Municipal de Água e Esgotos.
Portanto, observo, mesmo sem
ser advogado, que o Projeto nem é inconstitucional, porque não aborda tributos,
aborda, sim tarifas; nem é inorgânico, porque não cria nem estrutura órgão
público nenhum. Ele dá uma nova tarefa: quem vai estruturar de um jeito ou de
outro, como cumprir essa tarefa, é o Diretor-Geral junto com o Prefeito. No mérito,
vamos usar o mérito do Projeto e aqui eu tenho uma pasta onde seleciono, onde
guardo as notícias referentes a incêndios na nossa Cidade. Então, no dia 27 de
abril, o Jornal Correio do Povo traz uma matéria com o título: "Bombeiros
ficaram sem água na Zona Norte." No dia 27 de abril, também no Jornal Zero
Hora, com o título: "Fogo em Fábrica", onde mais adiante se lê:
"O trabalho dos bombeiros foi dificultado pela falta de hidrantes nas
proximidades do prédio." No Jornal
Zero Hora de 30 de agosto, Informe Especial sob o título: "Omissão -
Incúria". E lá pelas tantas diz: "... quando se acresce a isso o fato
de que boa parte dos bairros não possuem hidrantes". No dia 5 de dezembro,
data recente, portanto, na página 54, a Zero Hora diz: "Incêndios voltam a
expor carências dos bombeiros". E no corpo do texto diz: "Os
hidrantes das proximidades não funcionaram." Ora, será que o DMAE não está
cumprindo a sua tarefa como deve? Não, o DMAE não foi criado para cuidar da
rede de hidrantes da Cidade. A Vera. Maria do Rosário estava passando o tempo
dela, Sr. Presidente, a este Vereador.
O SR. PRESIDENTE: Apregoamos o PLE que autoriza o Executivo Municipal a realizar
Encontro de Contas com o Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências.
A Vera. Maria do Rosário se
inscreve e cede seu tempo ao Ver. Guilherme Barbosa por mais cinco minutos.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Obrigado. Então, eu dizia: "Será que o DMAE
não está cumprindo bem a sua tarefa?" Essa tarefa não é do Departamento
Municipal de Água e Esgotos. A Lei que criou o Departamento, em 1961,
determinou que o DMAE passaria a existir para fazer o abastecimento de água
tratada na Cidade e a coleta e o tratamento de esgotos. Portanto, o sistema de
hidrantes não é um sistema para o abastecimento de água tratada na Cidade. É um
equipamento e um sistema para proteção ao fogo na Cidade. Hoje, o que se faz é
um trabalho que depende da sensibilidade do Diretor-Geral. Quando lá estávamos,
fizemos uma varredura em todos os hidrantes do perímetro central da Cidade, mas
essa não é uma obrigação legal do DMAE. Cabe a pergunta: "De quem é a
obrigação legal?" A resposta, Ver. Pedro Américo Leal, por mais
impressionante que possa ser, é que ninguém é responsável, legalmente, pela
manutenção e ampliação do sistema de esgoto na Cidade. Um milhão e trezentas
mil pessoas, em Porto Alegre, não têm proteção contra incêndio. Essa é a
realidade! Esse é um fato que temos que superar.
O Sr. Clovis Ilgenfritz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Concordamos com o Projeto e seu argumento, é uma pena que não esteja
aqui o Ver. Pujol, com suas preocupações que também são válidas. Mas, queremos
saber exatamente o seguinte: quem afinal é responsável pela rede, instalação e
manutenção? Já foi dito que não existe. Mas elas foram feitas por alguém.
Por outro lado, na prática,
quem está fazendo a manutenção em muitos casos, até emergenciais, é o DMAE.
Então, estamos legislando
uma questão evidente, urgente, que é necessária. Não vejo como não concordar
com esta legislação.
O SR. GUILHERME BARBOSA: De fato é isto que tem acontecido. E pela
sensibilidade maior ou menor do Diretor-Geral se faz um trabalho. Os bombeiros
avisam que determinado hidrante não está funcionando, ou está vazando, o DMAE
vai lá e conserta.
Mas, a Cidade, neste
momento, está precisando de mais 500 hidrantes e recolocar outros 150
hidrantes. Quem deve ficar com esta tarefa?
Por razões técnicas e por
razões financeiras, deve ser o DMAE o responsável por isso.
Mas, vejam, se estamos dando
mais uma atribuição para o Departamento Municipal de Águas e Esgotos, que hoje
ele não tem, também devemos dar as condições financeiras para tal.
Uso uma frase do Ver. Pedro
Américo Leal: "Se dá a missão, tem que dar os meios." Portanto, se vamos poder cobrar do DMAE esta tarefa, devemos
dar os meios para bem desempenhá-la.
O Sr. Paulo Brum: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) A preocupação que
surge é quem é que vai pagar os hidrantes, a população? Não vai ter um
argumento de arrecadação para isto? É essa preocupação que estamos tendo neste
momento de crise, é esse aumento que a população vai ter que pagar para ter
esse serviço. A preocupação é nesse sentido: mais uma vez a população vai ter
que pagar.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Exatamente, aí entra o seguinte raciocínio: se não
dermos as condições ao DMAE para essa nova tarefa, que terá custos, o DMAE vai
tirar os recursos de outra tarefa, que ele iria desempenhar. Isso significa
menos redes novas de água, que serão, necessariamente, feitas na periferia da
Cidade, onde não tem água, ou redes de esgoto, também na periferia da Cidade,
que é quem não tem, hoje, esse benefício da saúde pública.
O SR. PRESIDENTE: Está inscrito o Ver. João Verle, que cede seu tempo ao Ver. Guilherme
Barbosa. Antes disso colocamos em votação a prorrogação da Sessão por mais duas
horas.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Solicito a verificação
nominal de quórum.
O SR. PRESIDENTE: (Após a chamada.) Não havendo quórum, convocamos os Srs. Vereadores
para uma Sessão Extraordinária, amanhã, às 9h30min.
Estão encerrados os
trabalhos.
(Encerra-se
a Sessão às 18h30min.)
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